O requerimento para revogar a escolha dos representantes do Legislativo são-bernardense nos conselhos curador e fiscal da Fundação Criança foi alvo de celeuma dentro da Câmara nesta quarta-feira (22). Um dos nomes da primeira lista aprovada pelo parlamento, Julinho Fuzari (PPS) afirmou que a revogação apenas aconteceu devido a sua presença entre os escolhidos. O presidente da Casa, Pery Cartola (PSDB), negou qualquer ingerência do Governo nesta decisão.
Segundo a justificativa do requerimento que foi assinado pela maioria dos 28 vereadores, as escolhas de Gordo da Adega (PCdoB) e Fuzari como titular e suplente do Conselho Curador, e de Reginaldo Burguês (DEM) e José Luis Ferrarezi (PT) para as mesmas posições no Conselho Fiscal foi feita de forma “açodada, sem a análise e a cautela necessárias para a sua formalização, não refletindo dessa maneira a verdadeira intenção deste poder Legislativo, tornando o ato praticado, por conseguinte, inconveniente e inoportuno para os fins a que se destina”.
A escolha foi feita na segunda sessão do ano, no último dia 8. A eleição foi feita a partir de um acordo de lideranças. O fato acabou causando celeuma na Casa, pois Julinho Fuzari começou a reclamar da situação na tribuna, afirmando que o fato aconteceu porque o prefeito Orlando Morando (PSDB), ao perceber seu nome entre os representantes, pediu para que houvesse uma alteração.
“Ás vezes me parece que o prefeito está sonhando comigo. Qual seria o problema de participar do conselho? Eu estava como suplente, apenas isso. Mas já estou acostumado com isso, pois já fiquei de fora de todas as comissões, então eu sei como funciona. Este prefeito está ingerindo na Câmara, esse aprendiz de feiticeiro”, disse o popular-socialista.
Questionado sobre o fato, Pery Cartola afirmou que não houve nenhuma contestação direta do chefe do Executivo em torno desta situação. “Eu fiquei sabendo do requerimento hoje, mas como as justificativas que foram apresentadas eram boas coloquei para votação, apenas isso. Não acredito que o Orlando tenha feito qualquer tipo de pedido, pois conheço ele e ele sabe separar as coisas aqui na Casa”, afirmou.
Fuzari chegou a pedir o adiamento da matéria por uma sessão, mas acabou sendo derrotado no plenário. No final da discussão, foram 16 votos a favor da revogação e dois votos contra (Fuzari e Dr. Manuel, também do PPS). A bancada petista não estava no plenário para a votação, apesar do vereador Tião Mateus (PT) ter assinado o requerimento de urgência para a votação.
A nova eleição para os conselhos da Fundação Criança acontecerá na próxima sessão. Lembrando que por causa do Carnaval, os trabalhos vão acontecer na quinta-feira (30), às 9h.