Escolhida pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) para presidir a Fundação do ABC (FUABC), a médica proctologista e gastroenterologista Maria Bernadette Zambotto Vianna concedeu entrevista à RDtv para falar sobre seus projetos à frente da entidade, responsável por gerenciar alguns dos mais importantes equipamentos de saúde da região.
A nova presidente tomou posse no dia 9 de fevereiro, em substituição a Cida Damaia. Durante a entrevista, Maria Bernadette admitiu a possibilidade de que contratos firmados com prefeituras sejam revistos por conta da crise econômica. Ela prevê ainda que poderão ocorrer reduções nos quadros de funcionários da entidade.
“Quando a gente fala em revisão de contratos não é com aquela intenção investigativa, mas com viés da gestão. A Fundação, como todas as Prefeituras, mundo corporativo e terceiro setor, está inserida em um contexto de crise econômica”, afirma. “A ideia é verificar quando recebemos crítica de que não estamos oferecendo o serviço de acordo com o preço que é pago”.
De acordo com a nova presidente da FUABC, em apenas 20% dos contratos em vigor entre a entidade e o poder público os repasses feitos para a entidade estão em dia. Por este motivo, Maria Bernadette avalia que a entidade não vive “cotidiano de tranquilidade financeira” e relativiza o orçamento vultuoso da Fundação do ABC, que é de R$ 2,3 bilhões.
“Quando a gente fala em orçamento, dá impressão que temos R$ 2,3 bilhões disponíveis e não é verdade. Se você pegar todas as receitas dessas instituições que são mantidas por nós, o total chega a este valor”, explica Maria Bernadette.
Entre as unidades gerenciadas pela Fundação do ABC estão os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Mauá e Santo André, o Hospital Mário Covas, Hospital de Clínicas de São Bernardo, Hospital Nardini de Mauá e Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano, além de diversas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
Perfil
Formada pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), Maria Bernadette Zambotto Vianna (foto) é médica proctologista, gastroenterologista, colonoscopista, cirurgiã geral e do trauma, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia e pós-graduação em Gestão Hospitalar.
Foi diretora geral do Hospital Municipal de Paulínia (SP), coordenadora médica e médica intervencionista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de São Bernardo, e respondeu pela criação, implantação e coordenação do Núcleo Interno de Regulação (NIR) do Centro Hospitalar Municipal de Santo André, entre outras atribuições.