O lago de 300 mil m² no parque Guaraciaba, em Santo André continua sendo atração e perigo. O local é proibido para nado e, apesar dos avisos, ainda há quem se arrisque no Tancão da Morte.
“Vira e mexe vemos a polícia colocar gente pra fora ou trazer corpos arroxeados nos braços. Os moradores da favela da Kibon e bairro São Jorge entram lá pelo morro e acabam morrendo. Dia desses reconheci uma menina que morava aqui e foi levada ao Tancão por rapazes, foi estuprada e jogada na água”, diz a comerciante Mari Rosa.
O Tancão foi formado por extração de areia e consequentemente inundação na área. O maior risco é aliado à imprudência já que em alguns pontos a profundidade oscila de 2 a 15m. “Os jovens acham que não vai acontecer nada, mas têm redemoinhos e sujeira ”, afirma.
O aposentado José Festucci, mora no bairro há 60 anos e sente saudade. “Havia campo de futebol, uma quadra, uma área para as crianças e hoje é este perigo aí. Só minha casa foi assaltada duas vezes ano passado. A polícia tem de tomar conta do Tancão e nós aqui do lado de fora é quem sofremos”.
Vanderlei de Oliveira tem escritório de despachante ao lado do Tancão e diz que apesar do portão trancado, o pessoal pula o muro para nadar no lago. Também tive de colocar arames em volta aqui do imóvel porque em menos de quatro meses aqui entraram pelo muro do Tancão e roubaram aqui ”, conta.
A comerciante Mari Alves reclama que há caçambas dentro da área restrita. “No ano passado minha sobrinha pegou dengue, se ela não tivesse plano médico teria morrido. Ligamos pra Prefeitura diversas vezes vir tirar as caçambas e podar o matagal, mas quem disse que nos deram ouvido?”, reclama.
A Prefeitura informa que o local é monitorado 24h, por dois guardas civis municipais e uma viatura, com troca de turno a cada 12h. Em janeiro foi renovada a sinalização visual, que alerta o risco e a proibição de nadar no lago. Sobre as caçambas, será feita vistoria para verificar se elas estão no local e se servem de criadouros para o mosquito da dengue. Se confirmado o risco, a Vigilância à Saúde será acionada.
(Colaborou Amanda Lemos)