Alta do minério e resultado do Itaú contribuem para clima positivo na Bovespa

A sessão de negócios na Bovespa abriu em clima positivo, com o Ibovespa sendo sustentado pelas blue chips, em grande medida as ações de mineradoras, siderúrgicas e bancos. De acordo com analistas, a alta de 3% na cotação do minério de ferro, na China, tem reflexo positivo direto sobre os papeis da Vale e empresas correlatas.

“Essa alta, inclusive, deve ter impulsionando o índice futuro”, diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora.

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Também pesa positivamente o bom resultado do Itaú Unibanco em linha com o esperado. Diferentemente da semana passada, quando os papeis do Bradesco caíram e levaram consigo os dos outros bancos listados no Ibovespa, nesta terça-feira, 7, o movimento segue positivo.

Às 10h43, o Ibovespa subia 1,22%, aos 64.774,39 pontos, com as ações de Vale subindo 4,20% (PNA) e 4,31% (ON) e do Itaú Unibanco em alta de 3,16% (PN). A Bradespar, acionista da mineradora, ganhava 4,55%, no mesmo instante.

Pelo lado oposto, ação da JBS iniciou o pregão com recuo por volta de 5% -mas na hora acima caía 3,49% -, afetada pela notícia de que o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Justiça reconheça que o empresário Joesley Batista, sócio da holding J&F Investimentos, e o diretor-presidente da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich Filho, descumpriram acordo firmado no âmbito da Operação Greenfield e reaplique sanções a ambos.

Na visão de Roberto Indech, analista da Rico Corretora, o dia será positivo, mesmo com eventos ligados à cena política, como o primeiro depoimento do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao juiz Sérgio Moro e a indicação do agora ex-ministro da Justiça Alexandre Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde será revisor dos casos da Lava Jato.

“Hoje a visão é mais neutra em relação a essas questões. Até porque o sentimento que prevalece é o de que devemos ver mais estabilidade política neste ano do que em 2016”, diz Indech, lembrando que o pano de fundo para o otimismo dos investidores é a perspectiva de retomada da economia com a aprovação das reformas ajudando neste processo.

A surpresa positiva em relação ao resultado do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e a expectativa positiva para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na quarta-feira, também dão espaço para o ânimo nesta parte da sessão de negócios. O IGP-DI avançou 0,43% em janeiro após subir 0,83% em dezembro, vindo dentro do intervalo das projeções do mercado financeiro e acumulando alta de 6,02% em 12 meses.

A leitura é que, se o IPCA seguir com o recuo, mais agentes apostem em um novo corte forte da taxa básica de juros, de 0,75 ponto porcentual. Com a Selic em queda, a renda variável fica sempre mais atrativa para os recursos que hoje estão em renda fixa.

No exterior, olhares atentos ainda para as corridas eleitorais em países europeus. Estará no radar ainda a decisão do tribunal de apelações de São Francisco em relação ao decreto do presidente norte-americano, Donald Trump, proibindo a entrada de imigrantes de sete países de maioria muçulmana nos Estados Unidos.

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