Moradores das ruas Mombaça e Cocais, na vila Luzita, em Santo André, estão em situação difícil. Com as últimas chuvas, uma infiltração fez com que o solo cedesse mais de um metro e comprometesse um muro de arrimo, de 12 metros, que começou a cair no domingo (22/01) de manhã e ameaça desmoronar.
O local dificulta o acesso de máquinas da Prefeitura. Em caso de desmoronamento, os blocos de pedra poderão atingir as casas logo abaixo e do lado oposto da via. Duas residências foram isoladas e outras duas os proprietários receberam alerta da área pela Defesa Civil para ocupar apenas a área dos fundos dos imóveis. A Guarda Civil Municipal está no local para conter a população e isolar a área.
Apesar de interditado, o local ainda apresenta ameaça aos moradores não removidos. À medida que chove, a rachadura aumenta. Michele da Silva Martins, analista de recursos humanos e moradora do local, tem observado o trabalho de medição da Defesa Civil. “Na segunda-feira, às 7 horas da manhã, o buraco tinha 7 cms. Hoje [quarta] já tem 50 cms”, afirma. A Defesa Civil colocou piche em parte do solo da rua Mombaça para desviar a água da chuva do sedimento.
Os moradores estão revoltados porque não têm para onde ir e reclamam da Prefeitura. Em nota, o Paço informa que fez reunião na terça-feira (24) com as famílias removidas e ofereceu apoio por meio do Aluguel Social. Contudo, nesta quinta-feira (26), os moradores afirmaram que não haviam recebido qualquer informação ou auxílio por parte da Prefeitura.
Josefa da Silva Maria, que mora dos Cocais, 610, diz que recebeu ordem da Defesa Civil para saída imediata de casa no domingo de manhã. A mulher, o marido, dois filhos e uma família de inquilinos que mora nos fundos recorreram a vizinhos. “A gente não conseguiu tirar comida, roupas, móveis, nada. Terça-feira eu entrei por conta própria para tirar uns colchões pra gente dormir porque não aguentava mais ficar no chão”, diz.
Daiane Vieira Dantas, inquilina, tem um bebê de cinco meses e está desabrigada. “Estamos sem nada, eles só mandaram a gente sair”, afirma.
Pamela Floriano, inquilina de uma das casas isoladas, conta que entrou em contato com a Secretaria de Habitação para pedir ajuda. “Eles falaram que somente os proprietários das casas podiam receber o Aluguel Social, mas o dono da casa não recebeu nada, nem aviso. Não fizeram nada até agora, apenas colocaram uma nota invasiva no site, porque até agora ninguém veio conversar com a gente”, reclama.
Há sete anos
Ageilson Isídio da Silva, pedreiro, é proprietário do terreno ao lado e conta que há sete anos o muro está trincado. “Falando com um engenheiro pois eu queria construir, ele recomendou entrar em contato com a Prefeitura para olharem a trinca. “Fiz isso na época e falaram que isso aqui nunca ia cair. Eu pago o IPTU desse terreno e não posso construir porque a qualquer momento o muro cai, é um descaso”, lamenta.
Nesta sexta (27) técnicos da Prefeitura estarão no local para fazer diagnóstico do tipo de trabalho que será realizado
(Colaborou Raíssa Ribeiro)