Falta de dinheiro e dívidas. Estas foram as principais pautas dos prefeitos nesta semana. Em Mauá, Atila Jacomussi (PSB), anunciou que a Prefeitura tem R$ 178 milhões de restos a pagar. Em São Caetano, José Auricchio Júnior (PSB), não revelou dívidas, porém afirmou que o Executivo sul-são-caetanense não tem dinheiro em caixa e que o déficit é de R$ 100 milhões.
A crise dos municípios já era de conhecimento público desde o ano passado. Com a crise econômica que assola o país, as prefeituras não escapariam ilesas do momento ruim vivido pelos brasileiros, principalmente com a queda brutal da arrecadação. Além disso, a exposição de gastos exagerados das gestões anteriores, como no caso de São Caetano, mostra ainda mais os erros dos prefeitos em suas gestões.
Mas o discurso que estamos vendo neste ano já foi proferido por outros gestores em outras épocas. Não precisamos ir muito longe, lembrem-se que durante os quatro anos de seu mandato, o ex-prefeito sul-são-caetanense Paulo Pinheiro (PMDB) viveu reclamando das dívidas deixadas pelo seu antecessor, Auricchio.
Mas até quando esse tipo de discurso será usado como justificativa para a falta de investimentos? Até quando a população vai esperar por melhorias na saúde, educação, segurança pública, habitação e tantas outras áreas? Os prefeitos devem entender que não adianta apenas reclamar do que aconteceu no passado recente, mas é mais importante ainda pensar no futuro dos municípios.
Durante as eleições todos sabiam que a situação não seria fácil, mesmo assim fizeram as mais diversas promessas em seus respectivos planos de governo – que facilmente podem ser encontrados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O que se espera é que este planejamento seja cumprido, ou seja, que as melhorias sejam realizadas na prática.
A população não quer mais saber das mesmas reclamações de sempre dos governantes que impedem o crescimento das cidades. Querem investimentos, transparência nos gastos públicos e a melhoria dos serviços básicos, ou seja, o cumprimento do que está escrito em nossa Constituição.