Logo após ser diplomado para o seu segundo mandato como prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) afirmou que vai cobrar dos partidos aliados o apoio para que tenha governabilidade. Nesta segunda-feira (19), o verde disse que está com a expectativa de ter a maioria na Câmara, mas que ainda não conversou com as legendas para formar o bloco que vem divergindo desde o final do período eleitoral.
“Não tem conversa, as pessoas têm que fazer uma reflexão de consciência. Quem estava no Governo, quem se elegeu com o governo tem que continuar com o governo. Eu preciso da maioria da Câmara para aprovar ajustes que são necessárias. Não estou falando de aumento de imposto, quero mandar para cá o projeto do ‘trem fantasma’ para o povo acordar com um aumento. Não terá aumento de tributos, terá um arrocho das contas”, explicou.
A declaração acontece três dias após o próprio chefe do Paço diademense afirmar que tinha apenas oito vereadores em sua base, sendo que o seu grupo de aliados conseguiu eleger 14 parlamentares, número suficiente para aprovar qualquer tipo de matéria. Nos bastidores, o cabo de guerra entre as partes acontece pela busca de espaço dentro do governo e também em relação a presidência da Câmara.
Dos 14 aliados eleitos, cinco (três do PPS e dois do DEM) estão articulando com os sete vereadores eleitos pelo bloco de oposição (PT, PRB e PR) o nome de Pretinho do Água Santa (DEM) para a presidência do Legislativo, algo que não foi acordado com Michels. A princípio o nome mais cotado entre os governistas era de Marcos Michels (PSB), mas o prefeito afirmou que nunca conversou sobre nomes para o comando do parlamento municipal.
A intensão de Lauro Michels é ter a maioria para aprovar a reforma administrativa para o próximo ano. A princípio existe a possibilidade de uma das 16 secretarias ser extinta, porém o principal foco é na redução de outros cargos para garantir uma maior austeridade nas contas do Executivo.
Recado da População
Ao falar sobre o sentimento de ser diplomado como prefeito mais uma vez, Lauro Michels relembrou que apesar do momento de felicidade, a população lhe passou o recado sobre o que estava errado e que não pode ser repetido em seu segundo mandato. O verde comparou a vitórias nas urnas a um aluno que passou de ano na faculdade, porém repetindo em algumas matérias.
“Quero ressaltar, fui reeleito, mas passei com DP (dependência), porque eu teria que ser reeleito no primeiro turno, pelo volume de trabalho que foi empregado. Mas eu entendi o recado da população, de algumas falhas que já foram identificadas que nós vamos tomar as atitudes para que no próximo governo estás falhas não venham a ocorrer. Segunda coisa é a felicidade de ser reeleito. Mesmo com uma DP, quando você passa, você fica feliz, porque é um êxito daquilo que você trabalhou”, comparou o prefeito.
Entre os primeiros objetivos do prefeito diademense para o próximo ano está a construção do Pronto Atendimento Infantil (PAI). Além disso, Michels também está de olho na reforma da Previdência, proposta pela União e pede uma reforma político-tributária que possa beneficiar os municípios. O verde considera que a atual divisão dos tributos é “vergonhosa” e que a Prefeitura tem que “passar o pires” para buscar dinheiro com os governos Estadual e Federal.