A Polícia Federal deflagrou nesta manhã (13) a operação Hefesta para desarticular esquema de desvio de recursos públicos federais do Ministério da Cultura para a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador no município de São Bernardo do Campo/SP. 60 policiais federais e 10 servidores da Controladoria Geral da União cumprem 32 mandados expedidos pela 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo, sendo 8 mandados de prisão temporária, 8 mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santos, São Bernardo do Campo, Barueri, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
O inquérito foi instaurado pela PF a partir de informações divulgadas pela imprensa em novembro de 2014, indicando atraso e possíveis fraudes na construção daquele museu. A investigação da Polícia Federal aponta o desvio de recursos provenientes de projetos da Lei Rouanet e convênios do Ministério da Cultura com a prefeitura municipal. Há indícios de superfaturamento de projetos, subcontratação ilegal de empresas sem licitação e duplicidade de objetos nos projetos de captação. A obra iniciou-se em 2012 e estava prevista para durar 9 meses, mas até hoje não foi concluída. Hefesta remete ao deus grego Hefesto, do trabalho e da metalurgia.
Será realizada entrevista coletiva às 14h30 no auditório da Superintendência Regional da PF, na Rua Hugo D’Antola, 95, térreo, Lapa de Baixo, SP.
Recentemente
Após reunião no Consórcio Intermunicipal Grande ABC, nesta segunda-feira (12), em Santo André, o prefeito são-bernardense, Luiz Marinho (PT), afirmou que o Ministério da Cultura disse não ter os R$ 3,5 milhões para concluir a obra. A intenção do Executivo era finalizar o prédio até o dia 31 de dezembro.
Há duas semanas, a Câmara rejeitou o projeto de lei que autorizava a Prefeitura de São Bernardo a criar as regras do Museu do Trabalho e do Trabalhador, assim criando espaço para que o prefeito eleito, Orlando Morando (PSDB), pudesse tentar a mudança da finalidade do espaço para transformá-lo em Fábrica de Cultura. Na mesma semana, Orlando revelou que em conversa com o novo Ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), ambos viram a necessidade de levar o caso do Museu para o Ministério Público para que houvesse uma averiguação dos motivos do atraso.