A Câmara de Santo André voltou nesta quinta-feira (3) a cancelar a sessão ordinária devido a problemas ocasionados pela chuva. É a sexta vez em dois meses que os trabalhos não são realizados por causa das goteiras e inundações que tomaram conta do prédio do Legislativo. Os transtornos têm causado reclamações de servidores e vereadores.
Relatório elaborado pelo SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) no final de outubro, recomendou que as atividades na Casa sejam interrompidas durante períodos de chuva.
Os técnicos do SESMT fizeram inspeção no prédio e apontaram diversos problemas, entre eles: placas de teto danificadas devido a infiltração, pisos de madeira soltando, vazamento ao redor do quadro de luz, instalação elétrica em curto nas luminárias e equipamentos, luminárias pingando água acumulada, teto respingando, piso molhado e escorregadio, entre outros.
Foram detectados ainda vazamentos em diversos setores da Casa, como a biblioteca, auditório, hall da presidência, copa e departamentos financeiro e de comunicação. “As águas que escorrem das escadas laterais vão para a entrada do saguão; temos fios submersos em vários pontos do edifício”, alerta o relatório.
Seis gabinetes – dos vereadores petistas Bete Siraque, Montorinho, Alemão Duarte, Eduardo Leite e Luiz Alberto, além de Rautenberg (PRB) – foram atingidos diretamente por chuvas nas últimas semanas e não estão sendo utilizados.
O prédio da Câmara está em reforma desde julho. As obras, no valor de R$ 690 mil, têm justamente o objetivo de combater as infiltrações. A previsão inicial era que a obra terminasse em setembro, mas o novo prazo é 17 de novembro.
Sessões no teatro
Para garantir que o trabalho dos vereadores não seja interrompido de novo na semana que vem, o presidente da Câmara, Ronaldo de Castro (PRB), solicitou à Prefeitura autorização para que as sessões sejam realizadas temporariamente no Teatro Municipal. O pedido foi atendido.
“Falei com o secretário [de Cultura] Tiago Nogueira para liberar o anfiteatro. Vamos utilizar na terça e na quinta-feira da semana que vem”, explica Ronaldo de Castro.
A previsão do presidente é que até terça-feira (8) serão finalizadas as obras de reforma dos seis gabinetes que sofreram mais impacto dos vazamentos. Neste locais, os pisos começaram a se soltar, serão retirados e substituídos.
Até o final de novembro haverá troca dos pisos de todos os gabinetes, o que vai gerar custo de R$ 170 mil adicionais – um investimento que não estava previsto e só está ocorrendo por causa dos problemas causados pelas infiltrações. Ou seja, o custo total do conjunto de intervenções já chega a mais de R$ 860 mil.
De acordo com o presidente da Câmara, os diversos transtornos provocados pela chuva ocorreram devido a um imprevisto durante a realização das obras de reforma da Casa, que deveriam ter sido finalizadas antes do período de chuvas de verão.
“A obra deveria ter acabado em 15 de setembro, antes das chuvas. O trabalho era para ser simples. O que deu problema foi essa surpresa de encontramos três camadas de lajes, que precisaram ser removidas e atrasaram o serviço”, justifica.