O Auto Shopping Global, tradicional empreendimento no segmento de automóveis, atua em Santo André há 16 anos com 64 lojas físicas de veículos. Em entrevista ao RDTv, o presidente da Associação dos Lojistas do Auto Shopping Global, Paulo Perazza, afirma que o mercado de carros usados vem sofrendo queda acentuada deste abril e, apesar da crise econômica, o shopping não deixou de vender. “Pelo contrário, fizemos uma campanha de setembro a outubro e fechamos com o número recorde de vendas (…) Tínhamos o perfil de consumidor com gastos de R$ 25 a R$ 65 mil reais e agora houve a mudança de R$ 15 a R$ 40 mil. O perfil encolheu, está mais pé no chão e avaliando o que vai fazer”, diz.
O Auto Shopping Global abriga serviços de corretora, laudo veicular, serviços de mecânica, elétrica, despachante, centro automotivo, som, acessórios e pista de teste drive em uma instalação de 70 mil metros quadrados. Com infraestrutura completa, a instalação conta com estacionamento, praça de eventos e equipes de segurança monitorado por câmeras de domingo a domingo. “Atraímos o consumidor pelo conforto e facilidade, com a vantagem de encontrar num só lugar mais de 3 mil veículos novos e seminovos com variedade de modelos e marcas, em exposição”, conta Perazza.
Confira a entrevista:
RD: Quais os diferenciais pra quem vai comprar um carro no shopping ou uma loja de rua?
Perazza: Trabalhamos com o sistema de laudo veicular. Então todos os veículos vendidos no shopping possuem laudo de chassi, motor, estrutura e garantia de que o carro não é produto de sinistro ou roubo. Isso passa uma segurança maior ao cliente, além de deixá-lo mais à vontade com relação à variedade na escolha dos carros entre as 64 lojas. Por existir esta concorrência interna, o lojista faz um trabalho diferenciado com descontos, financiamentos e troca e troco. Temos este leque de quase três mil veículos expostos aos clientes, tudo isso está disponível também através do aplicativo do shopping, onde o cliente pode ver os carros através de smartphones.
RD: É inevitável não falarmos da crise econômica que o país passa e que refle no setor automotivo. Qual o reflexo da crise no setor?
Perazza: O mercado de carro usado vem sofrendo uma queda acentuada de abril até agora. Temos sentido a diminuição na procura por veículos usados. Existe a diminuição de procura, mas não de venda. Pelo contrário, fizemos uma campanha de setembro a outubro e fechamos com número de recorde de vendas. O que tem acontecido é que os clientes estão trocando os carros de R$ 50 mil por um de R$ 30, por exemplo, as pessoas estão recuando, estão pensando mais antes de comprar. E temos também a restrição de crédito devido a situação econômica; os bancos estão sendo mais criteriosos para aprovar um financiamento. O que está acontecendo no mercado é que não houve retração de venda, mas existiu a mudança do comportamento do consumidor, e as lojas têm que se adequar.
RD: A inadimplência é alta?
Perazza: É alta, no entanto de abril pra cá diminuiu. Tivemos um primeiro momento de maio/junho das pessoas saindo da parcela alta e vindo para a parcela baixa e hoje temos muitos primeiros compradores, que estão comprando carro, trocando o mais velho para um mais novo, efeito final do ano, férias e condição do mercado. As vezes as pessoas que iam comprar um carro novo acabam comprando um usado com valor inferior com pouco tempo de uso. É o que está mantendo as vendas, então este mercado está “bem aquecido”. E tem as pessoas que estão comprando carros de R$15, 20 mil sem financiamento. Não estão se endividando, estão comprando e nós estamos conseguindo fazer o trabalho fazendo com que nosso movimento no shopping não tenha diminuído.
RD: Mas mesmo com as pessoas com o “pé no chão”, a taxa de juros ainda está alta?
Perazza: Está alta, mas está em queda. Até o último final de semana existiu a concorrência de taxas entre os bancos. Alguns estão trabalhando com taxas de R$ 1,29, R$ 1,30, e antes era em torno de R$ 1,75, R$ 1,82. Com relação aos carros usados, a parcela pode ser feita em até 48 vezes. Os clientes estão preservando bem o prazo do financiamento: de 24, 36 e 48 vezes. Estão evitando se alongar muito, mesmo com a expectativa de venda rápida, estão cautelosos. Acredito que 2017 vai ser o ano de conseguir vencer as dificuldades que tivemos de abril a agosto por conta da crise política.
RD: O Shopping tem espaço pra crescer?
Perazza: Temos espaço para crescer, temos uma área no fundo com mais de 15 mil m², que possibilita ampliar o shopping, que pode chegar a 85 lojas. Existe o projeto de ampliação, mas tudo vai depender do mercado e condições econômicas a longo prazo. Ainda tem muita coisa pra acontecer, é uma área que está em crescimento.
RD: Qual o horário de funcionamento do shopping?
Perazza: Todos os dias das 10h às 20h, aos sábados das 10h às 19h e domingo das 10h às 18h.