Se for em frente, CCR pode fazer voo solo

O presidente da CCR, Renato Vale, critica ainda a previsão de que o futuro concessionário, após vencer a licitação, já tendo desenhado seu plano de negócios, deverá fazer uma consulta sobre o projeto a interessados na obra, como companhias aéreas e fornecedores de serviços aeroportuários, que podem indicar alterações, a serem aprovadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, os investimentos exigidos podem aumentar.

Por outro lado, Vale elogia alguns critérios incluídos na nova rodada de licitações de aeroportos, como a determinação de pagamento de ágio à vista, no momento da assinatura do contrato, juntamente com 25% do valor da outorga. “Isso vai afastar quem for muito aventureiro.”

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Sozinha
Além do aeroporto de Salvador, a CCR tem interesse no aeroporto de Fortaleza, mas descarta a possibilidade de disputar as concessões do Sul. “Achamos que aeroporto, para ter algum sentido, precisa ter um viés de passageiros internacionais, que têm tarifas mais elevadas”, justifica.

Se decidir ir em frente, a CCR poderá fazer um voo solo e não trabalha atualmente com a possibilidade disputar os ativos em consórcio. “Achamos que não será necessário (fechar uma parceria)”, diz. Isso porque a companhia já teria conquistado experiência suficiente para atender às exigências do edital.

Pelas regras já indicadas até agora, será exigido que o operador interessado tenha um mínimo de cinco anos de experiência em operação aeroportuária, tendo processado pelo menos 9 milhões de passageiros em um ano, para operar Salvador. Já no caso de Fortaleza, a exigência é de experiência mínima com operação de 7 milhões de passageiros anuais. “A BHAirport (concessionária de Confins) tem 10 milhões de passageiros por ano e também operamos Quito, que tem 7 milhões de passageiros/ano”, comenta.

Vários grupos mostram interesse em nova rodada
Pelo menos outras nove operadoras aeroportuárias estão interessadas nos aeroportos da quarta rodada de privatizações. Além da parceira da CCR em Confins, a Zurich, que já acertou uma sociedade com Vinci Partners para essa nova disputa, estão no páreo, as espanholas OHL e Ferrovial, a alemã Fraport, a francesa Aéroports de Paris (ADP), a argentina Corporación América, as norte-americanas ADC & HAS e DFW Airport, e a alemã/canadense Avianlliance (ex- Hochtief).

Muitas dessas interessadas também mostram alguma preocupação com as condições finais do edital, que deve ser publicado em novembro.

A estimativa do setor é de que o leilão dos aeroportos aconteça no primeiro trimestre do próximo ano.

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