O segundo subdistrito de Santo André volta a sofrer com falta de abastecimento de água. Após algumas semanas recebendo água normalmente, os moradores voltam a questionar o desabastecimento. Como se não bastasse o problema se repetir em Santo André, agora munícipes de São Bernardo registram água suja saindo das torneiras.
Há dois meses, 80 moradores do segundo subdistrito de Santo André se uniram e protocolaram no Ministério Público pedido de investigação do problema crônico de falta d’água na região. Com um breve período de normalização, o desabastecimento voltou a desanimar os moradores da região.
Ednei de Rossi, 44, morador do Jd. Ana Maria, conta que das últimas vezes, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) ligava nas casas e alertava sobre a falta de água. Porém, no dia de hoje deixou de realizar o comunicado, e o desabastecimento pegou os moradores de surpresa. “Foi passar o período de eleições e o problema voltou a acontecer. Nós pagamos um valor alto na conta de água para nem sequer usufruirmos. É um descaso total com a população”, conta.
“Estou reformando minha casa e às vezes tenho que escolher se vivo no meio do pó, ou utilizo o pouco da água que tenho para limpar a casa e fazer comida. É um desrespeito com a comunidade. Mas já avisamos, se o problema não for resolvido, faremos novamente um barulho na porta do Semasa”, afirma Rossi.
Lúcia Leite, outra moradora do bairro, conta que já está cansada de reclamar pelo problema recorrente. “Está faltando água geral em Santo André, é uma vergonha pagarmos por aquilo que não temos. São mais de três meses com este problema e não sei quando isso será resolvido. Estamos nos organizando para pedir providências”, relata.
O jardim Ana Maria não é o único bairro prejudicado pelo problema de abastecimento em Santo André. O Parque João Ramalho, Jardim do Estádio, Parque Novo Oratório e Campestre também registram o desabastecimento.
Procurada pela equipe do RD, o Semasa afirma que desde o dia 1° de outubro foram registradas apenas oito reclamações por falta de água. Hoje, a Central de Atendimento (115), não registrou qualquer pedido por falta de água para o setor.
São Bernardo
Além dos desabastecimentos, outro problema que preocupa os moradores e a comunidade do Baeta Neves, em São Bernardo, é a qualidade da água. Isso porque a água oferecida pela Sabesp , destinada às residências, vem barrenta, amarelada e, aparentemente, imprópria para consumo. Os moradores apontam que o problema ocorre há aproximadamente 40 dias, sendo que o desperdício de água não deixa de estar contabilizado na conta.
De acordo com a assistente administrativa Priscila Silveira, 29, a limpeza e troca do filtro da caixa d’água não tem dado conta de filtrar a água. “Pagamos a água para que seja feito o tratamento adequado. Temos tirado dinheiro do bolso para poder fazer a limpeza, já que moramos em cinco pessoas e não podemos ficar sem água”, conta. “Muitas vezes minha mãe deixa a torneira aberta um bom tempo para sair a água suja e tentarmos aproveitar um pouco do que sobra, mas mesmo assim a conta não dá trégua e continua vindo alta”, reclama.
Priscila ainda afirma que entrou em contato com a Sabesp há quase duas semanas, e foi informada que uma equipe técnica estaria no local para averiguar o problema. No entanto, nada foi feito.
O corretor de imóveis, Edinho Marquesi, 40, morador da região do Alto do Baeta, diz que além do problema com falta d’água, frequente no bairro, ainda é obrigado a utilizar a água poluída. “Como se já não bastasse o problema de abastecimento que enche a caixa em dias alternados, não temos opção referente à sujeira. Ou utilizo a água suja, mal cheirosa, ou fico na sujeira. Essa semana inteira faltou água. Um dia tem e o outro não, e é sempre este esquema”, reclama.
Procurada pela equipe do RD, a Sabesp afirma que não foi registrada nenhuma reclamação sobre qualidade da água no Baeta Neves. Sendo assim, não pode se tratar de problema geral. “Problemas de qualidade da água podem ser originados tanto externa como internamente no imóvel, oriundos por exemplo, de tubulação antiga do imóvel ou ainda de falta de limpeza de caixa d’água. Portanto é necessário informar o endereço completo para que a equipe da Sabesp faça a verificação, sendo mobilizadas as áreas de engenharia e controle sanitário”.