O ABC possui cerca de 150 clubes, que representam mais de 40% do total das entidades da Região Metropolitana de São Paulo. Para tratar sobre as condições dos clubes nas sete cidades do ABC, assim como os esforços das diretorias para não perderem associados, o RDtv entrevistou o presidente do SindClub (Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo), Cezar Roberto Leão Granieri, o Betinho.
“Hoje ou os clubes proporcionam aos seus associados atividades esportivas ou perde os sócios. Tem que incentivar. Fazer com que as pessoas se dirijam ao clube porque tem obrigações. Já têm clubes na região que estão fazendo sessão de cinema e arte para reforçar o espaço de convivência efetivamente”, pontua o presidente.
Ainda segundo Granieri, os clubes precisam manter horários flexíveis, abrir as portas cedo e manter atividades até à noite. “Têm diversos clubes que recebem as pessoas por volta das 6 e 7 horas da manhã e vão embora só de noite. Pessoas que estão de férias para os clubes é um desafio. Tem que ter esse dinamismo da troca da posição estática para dinâmica”, enfatiza.
Questionado sobre se os clubes foram impactados devido ao número cada vez maior de prédios que possuem condomínio, Granieri diz que o lazer nos prédios proporcionou apenas mais alternativas para as famílias. “O fato das pessoas terem principalmente em seus condomínios uma estrutura de clube, as fizeram chegar à conclusão que as duas pessoas mais simpáticas que tinham lá era o síndico e a mulher dele, então eles voltavam para clube”, explica.
Para possuir apoio do poder público, Granieri afirma que os clubes precisam estar com a documentação em dia. “O que estamos fazendo na cidade é reunir os clubes, colocar e mostrar que hoje tem recursos tanto do governo estadual quanto federal. Evidente que os clubes têm que estar com as situações regularizadas, mas são oportunidades únicas”.
Ainda de acordo com ele, os recursos disponíveis possibilitam que os clubes façam projetos de competição esportiva ou até mesmo reforma de instalações. “Então é muito interessante, e a bem pouco tempo atrás se falassem que os clubes tinham recursos públicos era considerado um sonho, hoje existe”, diz.
Sobre os benefícios que as pessoas têm a partir do momento e que frequentam um clube, Granieri afirma que o cuidado com a saúde física e mental está estritamente ligado ao clube, que oferece atividades físicas e a oportunidade de socializar. “Há 50 anos um homem de 65 anos era totalmente parado, era uma pessoa que não tinha atividade nenhuma. Hoje tem aí no clube homens de 90 anos praticando esporte e, principalmente, as crianças dando incentivo pra que todo mundo entre nessa área também”.
Início
Os clubes apareceram por volta do ano 1700, na Inglaterra, porque os homens saiam do trabalho e tinham costume de se reunir uns nas casas dos outros. Porém, as esposas começaram a reclamar. Com isso, os homens resolveram eleger um espaço único para as constantes reuniões, surgindo assim o clube. “Durante mais de 200 anos foi proibido a entrada de mulheres. Os clubes ingleses eram famosos por terem suas atividades; também não permitiam mulheres. Isso aconteceu no Brasil também no começo, depois por volta de 1930, 1940 alguns cursos começaram a aceitar as mulheres”, explica Granieri. (COLABOROU ANDERSON AFONSO)