A obra do traçado entre o corredor de ônibus Leste-Oeste de São Bernardo, que conectará as avenidas Rotary e Luiz Pequini, com transposição da Praça dos Bombeiros, no Jardim Irajá, é alvo de reclamações de munícipes. A estrutura de ferro instalada na Luiz Pequini virou dormitório de moradores de rua e usuários de drogas, que aproveitam para se esconder entre as barras de ferro já com ferrugem. Além disso, grandes barras de concreto, colocadas nas duas pistas, ao lado da obra, já causaram até acidentes fatais e a queixa é que há pouca sinalização no local, que não tem placa com informações sobre a obra.
Morador do bairro, o projetista Laerte Luis, 53, diz que reclamou várias vezes para a Prefeitura e como não obteve retorno entrou em contato com o Ministério Público. “A promotora falou que quando existia uma administração mais séria a Prefeitura era notificada da irregularidade e tomava providência. Mas hoje dizem que não tem como arrumar. Mandei fotos de pessoas que sofreram acidentes e até com mortes, mas não adiantou, pois eles não estão nem aí. O Ministério Público me retornou e disse que cobraria providências, agora é esperar”, conta.
Fabrícia Fernandes Silva, 28, vê frequentemente pessoas entrarem e saírem do meio da estrutura enferrujada. “É um absurdo, uma pista está sendo tomada sem motivo e ainda causando um trânsito enorme em horários de pico. Além disso, vira e mexe tem gente que entra e sai do meio das barras de ferro, deixando muita sujeira”, conta a moradora.
Cracolândia
Matheus Soares de Oliveira, 23, trabalha próximo das instalações e diz que o canteiro de obras virou uma verdadeira “cracolândia” tomada pela insegurança. “Todo dia entra e sai uma pessoa diferente das instalações. Normalmente eles entram para usar drogas e aproveitam o início da noite para assaltar as pessoas que passam perto. Às 19h, quando passo lá, eu não paro no farol, porque não tem mais ninguém na rua e é um perigo”, afirma.
“Já vimos um usuário de drogas querendo cortar o pescoço do outro aqui na nossa frente, acidentes de moto nas barras de concreto, carros batendo no outro, é uma obra com uma extensão enorme que está às margens de um verdadeiro perigo. Não tem qualquer policiamento e nem guardas de trânsito. A Prefeitura devia tomar alguma providência já que quis iniciar a obra”, reclama Robson Nascimento, 52.
Procurada pela equipe do RD, a Prefeitura esclarece que as obras não estão paralisadas. Estão em execução várias frentes de trabalho e se trata de implantação do corredor Leste-Oeste, o Viaduto dos Bombeiros. A obra está orçada em 400 milhões e tem recursos do FGTS (Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço), Orçamento Geral da União e Tesouro Municipal.
O objetivo do viaduto é aliviar em até 70% o fluxo de veículos que circulam na rotatória. O viaduto terá 600 metros, 93 metros dos quais de vão livre. Em fevereiro, a previsão da Prefeitura era finalizar a obra em outubro deste ano.