Partido governista da Rússia amplia maioria na Câmara em eleição parlamentar

O partido governista Rússia Unida garantiu uma folgada vitória nas eleições parlamentares realizadas no domingo na Rússia. Autoridades confirmaram a vitória da sigla nesta segunda-feira, em um processo descrito por observadores internacionais como ordenado, mas problemático.

O Rússia Unida, liderado pelo primeiro-ministro Dmitry Medvedev, obteve 54% do voto popular em todo o país, acima dos quase 49% obtidos há cinco anos. Na eleição anterior houve acusações de fraude que geraram grandes protestos em Moscou.

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Pelas nova regras eleitorais, metade dos 450 assentos na Câmara dos Deputados (a Duma) ficou com listas partidárias e o restante para nomes eleitos nos distritos. O sistema alterado foi em grande medida visto por analistas e partidos da oposição como uma vantagem para o Rússia Unida, que apoia as políticas de seu ex-líder, o presidente Vladimir Putin.

Das 450 cadeiras da Câmara dos Deputados, 343 agora pertencem ao Rússia Unida, quando antes o partido controlava 238 vagas. O restante das cadeiras designadas por partidos pertencem a três outras siglas governistas.

Putin disse que a votação mostrou que os russos resistiam às tentativas de isolar o país, no momento em que as relações entre a Rússia e o Ocidente estão em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria.

“A votação é uma reação de nossos cidadãos contra as tentativas estrangeiras de pressionar a Rússia, ameaçá-la, impor sanções para desestabilizar a situação em nosso país a partir de dentro”, afirmou Putin a autoridades do governo nesta segunda-feira após a divulgação do resultado final. A fala de Putin foi veiculada na televisão estatal.

A taxa de comparecimento às urnas, porém, ficou na mínima histórica, em 48%, quando em 2011 cerca de 60% dos eleitores participaram. O quadro atual parece ser de apatia, em um país que enfrenta uma recessão econômica.

Diretora do OSCE, grupo que observou as eleições na Rússia, Iikka Kanerva afirmou que o partido governista está tão forte que “domina na mídia pública e de todas as maneiras”. Segundo ela, as atividades e o papel da sigla governista são tão “visíveis” que os partidos menores “não têm espaço para atuar na campanha”. O OSCE disse que avaliava relatos de fraude e informou que divulgará um relatório completo sobre o processo eleitoral em dois meses. Fonte: Dow Jones Newswires.

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