O problema da falta d’água em Santo André, que causa dor de cabeça especialmente ao moradores do segundo subdistrito, entrou no radar dos candidatos a prefeito como um dos principais assuntos em discussão nesta campanha.
O RD questionou cada um dos prefeituráveis para saber as saídas para duas questões: o desabastecimento de água e a dívida que o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) tem com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que já teria chegado a R$ 3,3 bilhões – segundo cálculos da empresa estadual.
Confira a posição dos candidatos sobre o tema:
Aidan Ravin (PSB)
“A falta d´água não acontece só no 2º subdistrito, é na cidade inteira, infelizmente. Acho que tem alguma política que não está 100% correta pra corrigir isso. Isso tem que ser corrigido e dá pra ser corrigido. Não pode usar isso como muleta por causa da dívida.
Falando da dívida, quem já não ficou negativo no banco e você devia R$ 5 mil de especial e quando vai ver deve R$ 30 mil? A Sabesp está nessa situação de [cobrar] juros, correção. Temos que entra num valor normal. Essa dívida vem de 1999 e 1998, que a Prefeitura de Santo André recebeu sua conta de água e não repassou 100% para a Sabesp”.
Ailton Lima (SD)
“Primeiro precisa esclarecer a população que [o desabastecimento] não se trata de retaliação da Sabesp em relação à nossa cidade por conta da dívida. São dois assuntos distintos. A Justiça decidirá o ganho de causa, e no meu entender a Sabesp tem direito, porque Santo André está dando calote.
A falta d’água é resultado da falta de visão e investimento em infraestrutura para receber um volume maior. Não temos capacidade de receber um volume maior. Não é um problema que se resolverá em pouco tempo, é um projeto de médio e longo prazo. Quem se compromete diferente disso está faltando com a verdade”.
Carlos Grana (PT)
“No mês passado entregamos uma carta dirigida à Sabesp solicitando que disponibilizasse um volume maior de água para a nossa cidade, tendo em vista que o que eles estavam fornecendo era muito insuficiente. Eles atenderam parcialmente a reivindicação. Vamos lutar de forma incansável para que a empresa atenda as reinvindicações dos nossos munícipes.
Vamos continuar defendendo o Semasa. O que podemos discutir é uma participação da Sabesp no Semasa. Aguardamos com muita ansiedade o parecer do Cade e ao mesmo tempo continuar negociando [a dívida]. Conseguimos produzir água na cidade com um valor muito abaixo do que a Sabesp nos cobra”.
Paulo Serra (PSDB)
“Chega de gestores que ficam transferindo responsabilidades. Vamos recuperar a capacidade de investimento do Semasa, que infelizmente foi sucateado nas duas últimas gestões.
No primeiro dia de governo vamos montar uma comissão de técnicos do Semasa, em parceria com técnicos da Sabesp para acabar com essa briga e equalizar a dívida, fazer um parcelamento e equalizar também o abastecimento. O que não dá pra admitir é as pessoas não terem água na torneira por conta de uma briga judicial”.
Rafael Daniel (PMDB)
“Temos andado a cidade inteira e a reclamação da falta d’água é muito grande. A primeira ação que podemos fazer é perfurar poços artesianos e Estações de Tratamento de Água compactas. A água que temos no nosso solo é boa, temos estudos já.
Com relação à dívida é inaceitável perdermos o Semasa, que é uma fonte de referência. Sei que existe solução. A dívida é alta, mas se depender da nossa administração nós não vamos perder o Semasa.
Raimundo Salles (PPS)
“Decisão judicial se cumpre, não se discute. Infelizmente tivemos governos irresponsáveis e uma dessas irresponsabilidades patrocinada pelo ex-prefeito Celso Daniel, do PT, que recebeu dinheiro do contribuinte da conta de água e nem depositou em juízo ou pagou a Sabesp.
Não houve investimento na possibilidade de fazer com que a água em Santo André chegasse em maior quantidade, teria que ter ocorrido investimentos nos dutos de distribuição. Além disso, houve crescimento desordenado e a rede ficou sobrecarregada. Se não tomarmos uma postura séria sobre isso, vai ter problemas sérios”.
Ricardo Alvarez (PSOL)
“Oferta d’água quem faz em Santo André é a Sabesp. Em um lugar que tem clima tropical úmido é inadmissível que tenha falta d’água e a Sabesp precisa ser responsabilizada. O que Santo André pode e deve fazer é aumentar a produção de água própria e é possível aumentar.
Há outras medidas que podemos adotar como captação de águas nas próprias casas e aumentar a permeabilidade do solo. Sobre a dívida, é uma briga de dois grandes. Equacionar essa questão passa necessariamente por juntar Semasa e Sabesp e abrir diálogo sobre ela”.