Advogado especializado em direito ambiental e com uma forte história em relação a defesa do meio ambiente, Virgílio Alcides de Faria, o Ambientalista Virgílio (REDE), busca sucesso em sua primeira tentativa eleitoral, logo para o comando da Prefeitura de Diadema. Em entrevista ao RDtv, o ativista fez duras críticas à gestão ambiental do atual governo e também em relação aos chamados “políticos profissionais”.
“Primeiro, reeleger é um absurdo, sou contra a reeleição. Por que sempre os mesmos? É preciso renovar, pois certamente tem pessoas melhores, mais qualificadas para fazer uma gestão pública. Tem tanta gente saindo das universidades com competência técnica para assumir. Tem vereador que quer propor coisas para o presidente da república fazer. As pessoas não sabem o que querem, essa é a profissão de político e não pode ter uma profissão de político. Ser vereador é exercer o exercício para a sociedade e não ser servido pelo poder”, criticou.
Virgílio considera que este tipo de cultura dos políticos acaba atrapalhando diretamente o meio ambiente, algo que não segundo o ambientalista não é considerado como prioritário por aqueles que tentam a vida pública como candidatos a vereador ou a prefeito.
“O político tradicional não quer saber de fazer algo para as futuras gerações. O direito ambiental é isso, cuidar hoje para que as próximas gerações vivam em um meio ambiente como diz a Constituição ecologicamente equilibrado e que as futuras gerações cheguem nesse planeta e entre esse meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para o político tradicional, quem vem não vai votar nele, então para ele não interessa”, afirmou o candidato.
Questionado sobre propostas ligadas ao meio ambiente, Virgílio prometeu a criação de uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil, popularmente conhecido o entulhos. Para o candidato, os matérias descartados em obras realizadas na cidade podem servir para outras construções após passar pelo tratamento adequado.
“O resíduo que hoje é um problema ambiental e social, vai ser uma solução, inclusive para habitação. Nós podemos transformar os resíduos em material de construção e também para que a Prefeitura possa usar em suas obras”, explicou.
Também criticou a gestão em relação ao tratamento de esgoto na cidade, algo que acontece com menos da metade do esgoto gerado em Diadema. “Os rios de Diadema são todos poluídos, porque a população paga pela coleta, transporte e tratamento deste esgoto que é o que a legislação federal de saneamento diz o que é esgotamento sanitário, é coleta, transporte e tratamento. Não é só coleta, transporte e jogar no rio, mas a população paga pelo tratamento de esgoto e ele não é tratado. Qualquer esgoto que cai em um rio em Diadema ou vai para a Billings, em uma área de mananciais, ou no rio Tamanduateí, para o rio Tietê e volta para a Billings. Essa é uma questão prioritária, a questão da qualidade de vida no meio ambiente onde as pessoas moram, trambalham e estudam”, disse.