Após duas semanas de postergação, a Câmara de São Bernardo oficializou durante a sessão desta quarta-feira (17), o nome dos 13 vereadores que vão fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (Imasf) e agora está em meio a uma disputa interna entre os vereadores José Cloves (PT) e Pery Cartola (PSDB) para saber quem irá presidir o grupo. O tucano entrou na justiça para falar sobre o assunto.
A princípio os nomes do presidente e do relator seriam discutidos e anunciados durante a sessão, porém um pedido foi feito para que a indicação fosse feita na próxima semana. Segundo Cartola o pedido foi feito por Cloves, mas segundo o petista a proposta foi de Marcelo Lima (SD) que pediu um tempo para que cada parlamentar fizesse a sua argumentação junto aos colegas.
“Esse ato (escolha do presidente para a próxima semana) mostra claramente que o Governo quer transformar a CPI em uma CPI do abafa. Quero repudiar ao posicionamento dos sete partidos que se colocaram a favor do Governo e contra os servidores, e reiterar a minha candidatura à presidência (da CPI) do Imasf, por ser o autor da matéria”, afirmou Cartola.
Segundo o tucano, sete vereadores foram favoráveis ao atendimento: Cloves; Gilberto França (PMDB); Reginaldo Burguês (PSD); Índio (PR); Ramon Ramos (PDT); Roberto Palhinha (PTdoB); e mais um que não foi citado pelo vereador.
“Na verdade, houve um pedido do próprio Marcelo Lima para que pudéssemos pensar mais um pouco sobre os nomes e os vereadores aceitaram essa posição. Agora vamos articular com os pares para decidir o que vai acontecer”, explicou Cloves que confirmou que tentará a presidência da CPI.
Existe a possibilidade de o nome do presidente ser escolhido ainda nesta semana. Pery Cartola entrou na justiça com um pedido de liminar para que possa liderar a Comissão ou para que seja resguardado o seu direito de ser, no mínimo, relator.
Nos bastidores, o nome de Cartola não é bem quisto por alguns vereadores que não gostaram de seu posicionamento durante o anuncio da instauração da CPI, no início do mês. Muitos consideraram que o tucano quis demonstrar a todos que foi o único responsável pela geração do processo investigatório no Legislativo, sem levar em conta as assinaturas de outros nove parlamentares no requerimento que gerou a Comissão.
Mesmo com todo o imbróglio, a nomeação do presidente e do relator será feita na semana que vem, durante a sessão ordinária, e assim dando início aos 120 dias de prazo para que os legisladores possam investigar as gestões do Imasf que causaram a desfiliação de alguns hospitais como o Hospital Brasil que deixou de atender o funcionalismo em 2015.
Manifestantes
Em um menor número, os membros da Associação de Conveniados do Imasf foram novamente ao Legislativo para cobrar o início dos trabalhos. Sem uma resposta oficial da reunião que acontecia em uma das salas da Câmara, o grupo demonstrou irritação com as sucessivas suspensões que ocorreram durante a sessão, gerando mais incerteza sobre o início ou não da CPI.