Mais de 300 manifestantes de sete movimentos de moradia da região se concentram desde a manhã desta quarta-feira (3) em frente ao Empresarial Villa Rosa, na avenida Portugal, em Santo André, onde funciona a Gerência de Habitação da Caixa. O objetivo é abrir discussão sobre a continuidade do programa federal Minha Casa Minha Vida.
Entre as demandas do grupo, como o MSTL (Movimento Sem Terra de Luta) e MSTU (Movimento Sem Teto Urbano), estão a continuidade do programa e a retomada das obras que atendem à população de baixa renda. De acordo com a coordenadora do MSTL, Miriam Hermógenes, a manifestação denuncia a paralisação do programa e a sinalização do governo interino de Michel Temer (PMDB) para mudar o rumo da política habitacional, com abertura de crédito para imóveis de R$ 700 mil a R$ 3 milhões, que denomina ‘Minha Mansão Minha Vida’.
“A quem se destina essa política? A falta de moradia atinge mais de seis milhões de famílias, sendo a maioria de baixa renda, que depende de subsídios para atendimento e garantia de moradia”, reclama Miriam.
No início desta tarde, as lideranças dos movimentos conseguiram entrar numa videoconferência com o Ministério das Cidades, em Brasília, para tentar acelerar os processos de análise em andamento na Caixa Econômica Federal.
A organização informou que pretende permanecer no local até que a reunião, que deve se estender em até cinco horas, acabe. Para aguardar o atendimento, os manifestantes levaram alimentos, cadeiras, lonas e até um fogão com mantimentos para preparar na calçada do prédio. Enquanto isso, a pista na avenida Portugal, sentido centro, continua interditada pelos agentes de trânsito. A expectativa dos organizadores é que mais de mil manifestantes compareçam ao local, vindos de várias partes da Grande São Paulo.