Neste mês de agosto, dois novos modelos de veículos da General Motors devem chegar às concessionárias. É a linha Joy, nova versão Chevrolet do Prisma e do Onix. A notícia tem animado o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, pois acredita que os lançamentos devem desafogar a situação dos trabalhadores na fábrica. Em entrevista exclusiva ao RDtv, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, diz que as perspectivas com os lançamentos são boas e a expectativa é que o mercado aceite bem os novos modelos. Para Cidão, são carros de nível médio, que não chegam ao nível do Cruze ou do Cobalt, e que podem alavancar maior absorção pelo mercado.
Hoje a GM tem mais de mil funcionários em lay-off (suspensão temporária dos contratos) e para o sindicalista os lançamentos constituem uma possibilidade de trazer esses trabalhadores de volta para o chão de fábrica. “Essa é nossa intenção. Nós temos trabalhadores que estão em lay-off desde de novembro de 2014 e, com isso, nós ganhamos fôlego para medir a temperatura do mercado e evitar que essas demissões aconteçam”, afirma.
No entanto, Cidão cita que é preciso haver estabilidade econômica para que, com a volta desses funcionários, não haja a necessidade de mais afastamentos ou abertura de novos processos de demissões. “Acredito que o Brasil só vai retomar a normalidade quando resolver essa questão [do impeachment] de uma ver por todas”, diz.
A GM ainda não divulgou detalhes sobre os novos modelos, mas é esperado que as versões hatch e sedã da linha Joy cheguem ao mercado com pacote bem básico, como motor 1.0, câmbio manual e ar-condicionado como item opcional. Os preços devem ficar na faixa de R$ 40 a R$ 45 mil.
Reformas
Considerado assombrações para a classe trabalhadora, as reformas trabalhista e previdenciária são, na avaliação do sindicalista, necessárias na atual conjuntura econômica do País. “A gente só precisa fazer isso com responsabilidade para não prejudicar o trabalhador, que já pagou muito por esse custo existente, que não venha penalizar o trabalhador que entrou cedo no mercado de trabalho”, ressalta. Para Cidão, todo funcionário deve se aposentar com o mesmo salário ‘da ativa’, como se ainda ocupasse algum posto de trabalho.
Com relação à idade mínima de aposentadoria, o sindicalista explica que é preciso buscar um ponto de equilíbrio. “O atual sistema já prejudica o trabalho por causa da questão do fator previdenciário. Você tem de somar tempo de contribuição com idade e se você se aposenta faltando dois anos para atingir determinados fatores, você perde de 20% a 30% do salário”, critica.