Prefeito de São Caetano por dois mandatos, entre 2005 e 2012, José Auricchio Jr. (PSDB) tenta conquistar neste ano um novo mandato e suceder seu principal adversário, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). O tucano concedeu entrevista ao RDtv e criticou o que chamou de “estagnação” da cidade nos últimos quatro anos.
Auricchio rebateu declarações feitas pelo prefeito a respeito de dívida que teria sido deixada pela gestão anterior para o atual governo. Pinheiro disse, também em entrevista ao RDtv, que recebeu de Auricchio dívida de R$ 263 milhões e só não vai conseguir cumprir o plano de governo na íntegra por causa desse passivo.
“É uma estrondosa mentira. O que o atual prefeito se queixa são de restos a pagar que são absolutamente normais na transição de qualquer governo. O prefeito tem usado isso como uma cortina de fumaça para justificar a ineficiência e inoperância”, afirma o tucano, que avalia pedir uma perícia dos valores de restos a pagar.
Na avaliação de Auricchio, a arrecadação do município e os gastos da Prefeitura contradizem o discurso do prefeito. “A cidade acumulou nos últimos quatro anos R$ 5 bilhões de orçamento. Onde foi parar esse dinheiro? Ele precisa responder isso”, afirma. “Uma cidade que está endividada não gasta R$ 12 milhões com agência de publicidade, não loca 134 automóveis pelo preço que daria para comprar 1000 veículos, não superfatura preço de medicamentos”.
O ex-prefeito de São Caetano ainda avaliou que o governo Pinheiro prejudicou os moradores mais pobres de São Caetano. “A miséria está estabelecida na cidade, há um abandono das classes desfavorecidas”.
Contas
Os meses que antecederam a confirmação da candidatura de Auricchio – que foi formalizada em convenção no último dia 24 de julho –, foram marcados pela discussão em torno das contas do ex-prefeito relativas a 2012, que foram rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e pela Câmara Municipal, o que tornaria o tucano inelegível.
Alegando cerceamento de defesa, Auricchio conseguiu que o Tribunal de Justiça anulasse do parecer do TCE e, consequentemente, também a votação que ocorreu no Legislativo. Auricchio ressalta que não há empecilhos jurídicos à sua candidatura.
“Decisão jurídica pode ocorrer a qualquer momento, mas nenhuma que possa impactar no registro da candidatura. O que pode ocorrer é uma tentativa [dos adversários] de tentar ganhar no tapetão. Nas urnas vamos ganhar, porque eles sabem que nas urnas não ganham da gente”.