As férias de julho estão aí e os parques públicos do ABC, que deveriam ser opções de lazer seguras e com qualidade para a população, deixam a desejar. Esta semana, alguns usuários procuraram o RD para reclamar das condições de limpeza, manutenção e segurança dos equipamentos.
Um dos alvos de queixas é o Parque Celso Daniel, em Santo André, que apresenta pichações na lanchonete, banheiros sem manutenção, parte da pista de caminhada interditada, falta de segurança rotativa e madeiras caídas em área destinada à prática de alongamento.
Wagner Domingues, 48 anos, que treina de três a quatro vezes por semana no parque, alega no que não consegue nem se exercitar na entrada do parque. “Os aparelhos estão ao menos seis meses quebrados, são descuidos que podem ser ajeitados; e a lanchonete nem se fala, desde que eu comecei a caminhar no parque nunca vi aberta, e, além do mais, está toda pichada”, resume o usuário.
Outra reclamação é sobre o Parque do Pedroso, também em Santo André. A entrada mais utilizada para acessar o Parque do Pedroso era a ponte de madeira localizada à frente do estacionamento da área de lazer. Desde que foi interditada, em meados no ano passado, a passagem continua sendo utilizada por munícipes que arriscam a vida para não pegar caminho mais longo. O RD foi lá e flagrou uma família com criança, que se equilibravam na travessia da ponte para não cair no lago.
O comerciante João Antônio da Silva vende churrasco ao lado do estacionamento e diz que já cansou de ver pessoas na travessia da ponte, apesar da placa de alerta. “As pessoas ficam perdidas, chegam aqui e a gente tem de avisar que a entrada não fica aqui. Mas o pessoal não quer dar a volta. Vai e vem, pulam por cima da ponte”, afirma.
Cadê os bebedouros?
Em Diadema, o Parque do Paço é outro com problema. O local apresenta falhas na estrutura dos gols, tabelas de basquete e pintura da quadra esportiva. Os sanitários estão com vazamentos nas torneiras, falta de papel higiênico e vasos quebrados. Onde deveria ter bebedouros há apenas somente um buraco.
O mesmo acontece com a Praça dos Meninos, em São Bernardo. Os sanitários do local estão sem tampas nos vasos, falta papel higiênico e, principalmente, limpeza em grande parte do dia.
Em Mauá, o Parque Guapituba é outro ponto de reclamação. A falta de funcionários capacitados para acompanhar as pessoas nas trilhas, galhos caídos, mato sem poda, grades enferrujadas e instalações abandonadas desestimulam qualquer visitante. “Além do total descaso, o portão de principal acesso dos usuários está fechado, porque não tem ninguém para ficar lá, isso é uma vergonha”, conta o morador Marcelo Romera, 42 anos.
Prefeituras dão explicações
Por meio de nota, a Prefeitura de Santo André esclarece que, apesar de estar dentro do parque, a manutenção da lanchonete do Parque Celso Daniel é de responsabilidade do locatário. Salienta ainda que mesmo sendo o responsável pela manutenção dos espaços, colabora para manter os banheiros em condição de uso. Já a interdição da pista de caminhada é proveniente de reparo que o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) realiza na tubulação da rede de águas pluviais. Por tratar-se de um trabalho minucioso, requer um tempo maior para a concretização. A Prefeitura está providenciando os reparos dos equipamentos de ginástica. Já em relação à segurança, 18 agentes da GCM atuam diuturnamente no espaço.
Sobre o Parque do Pedroso, o Semasa informa que, além de o local estar sinalizado com placas que informam sobre o risco da travessia da ponte, “seguranças patrimoniais que trabalham no parque fazem fiscalização diária e acionam a Guarda Civil em caso de necessidade”.
A Prefeitura de Mauá esclarece que uma viatura da Guarda Ambiental faz rondas frequentes no local. Diz ainda que o controle de entrada do parque é feito somente por funcionários exclusivamente pelo portão da avenida Capitão João, o que é de conhecimento de frequentadores. As trilhas são autoguiadas. Monitores acompanham as demais trilhas que devem ser agendadas com a Secretaria de Meio Ambiente (telefone 4513-3242). Quanto aos galhos caídos, periodicamente estes materiais são recolhidos por funcionários e alguns são aproveitados como fertilizantes naturais. A Secretaria de Serviços Urbanos realiza roçagem periódica, entre outros reparos. As outras prefeituras não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta matéria.