Anbima: captações locais e externas de companhias brasileiras somam R$ 66,5 bi

As captações das companhias brasileiras, nos mercados doméstico e internacional, alcançaram R$ 66,5 bilhões no primeiro semestre de 2016, retração de 22,2% em relação aos primeiros seis meses de 2015 e de 58% em comparação ao mesmo período de 2014, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Segundo a Anbima, este foi o pior semestre desde 2010.

No mês de junho, as operações domésticas alcançaram R$ 4,5 bilhões, e foram concentradas no segmento de renda fixa. Conforme a associação, a retração do volume total das ofertas de valores mobiliários pelas companhias brasileiras no primeiro semestre do ano foi influenciada pelas operações locais.

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No segmento doméstico de renda variável, as emissões recuaram 79,1% ante o primeiro semestre do ano passado, ainda que o volume de 2015 tenha sido concentrado em uma única operação (da Telefônica Brasil, de R$ 16,1 bilhões), observa a Anbima. Já no segmento de renda fixa local, o volume das operações caiu 40,8% em 2016, distribuído entre todos os títulos de dívida e instrumentos de securitização.

A retração na renda fixa foi liderada pelas operações com notas promissórias, que tiveram queda de 52,2% em relação ao mesmo período do ano passado, seguidas das debêntures, com redução de 46,1%, e dos FIDCs, com recuo de 38,6%. Os CRIs foram os instrumentos que registraram a menor queda, de apenas 2,3%, influenciados pelas operações da Cibrasec em maio, que movimentaram R$ 4 bilhões.

Entre as operações feitas em junho, a Anbima destacou a oferta de debêntures da ALL – América Latina Logística Malha Norte, que movimentou R$ 2,4 bilhões, e a captação com notas promissórias pela Cemig, com volume de R$ 620 milhões. Além destas, foram realizadas mais seis operações com debêntures, seis ofertas de notas promissórias, quatro emissões de CRIs e treze ofertas com FIDCs, mas todas com volume médio de apenas R$ 51,5 milhões, de acordo com a associação.

No mês de junho não houve ofertas de ações, mas, no segmento externo, mais duas companhias levantaram recursos com o lançamento de bonds: a Marfrig, com a captação de US$ 750 milhões, e a Vale, com uma operação de US$ 1,25 bilhão.

O boletim da Anbima informa que, somadas às captações internacionais do Tesouro, de U$ 1,5 bilhão, em março, e às da Petrobras, de US$ 6,75 bilhões, em maio, as ofertas externas brasileiras chegam a U$ 10,25 bilhões até junho e já superam em 27,2% o montante captado em todo o ano de 2015.

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