Salles não abre mão de pré-candidatura ao Paço e dá nota 6 para o governo Grana

Após participar de quatro eleições, disputando cargos de deputado estadual e federal, além de prefeito, Raimundo Salles (PPS) se diz mais maduro para participar de sua quinta eleição, a terceira na corrida ao Paço de Santo André. Em entrevista ao RDtv ele é categórico ao dizer que não abrirá mão da disputa. “A pré-candidatura está colocada sem retorno. Não há nenhuma possibilidade de compor com outro candidato”, diz.

O pré-candidato chegou a dar nota para a gestão do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT): “Eu vejo que a administração dele (Carlos Grana) é fraca por um conjunto de fatores: a arrecadação da cidade caiu e o PT tem uma linha mesmo de empreguismo muito forte. Eu daria uma nota 6 para a administração dele. Eu não tiraria o chapéu”, conclui.

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Apesar das críticas, o discurso de Salles sobre seus prováveis adversários é bem mais brando do que os feitos nas outras eleições, ele desejou boa sorte a eles e disse que todos possuem virtudes. Questionado sobre os principais problemas da cidade, disse que Santo André tem apenas um problema: a gestão. “Eles (os membros do PT) são muito ruins de gestão. Eles gastam mais do que arrecadam, gastam mal. Todos os valores que são empregados em qualquer setor da administração poderiam ser racionalizados, eles poderiam gastar menos”.

Salles destacou que uma tendência do Partido dos Trabalhadores é o empreguismo e que isso prejudicou a Prefeitura a elaborar melhores propostas para a cidade. “Eles tem uma visão matriarcal da administração. Que é uma visão ligada realmente a ideia de empreguismo. Dar emprego ao petista que está desajustado socialmente, que não tem emprego, não tem trabalho, pessoa que só vive da política. […] Acho que a administração pública não deveria ser um carimbo. Deveria ser de todos os andreenses”, afirma.

Salles, que já chefiou diversas secretarias em cidades do ABC, teve como último cargo público o de secretário de Cultura e Turismo de Santo André. Chegou a ficar 22 meses à frente da Pasta, apoiando o atual prefeito. Mas decidiu sair quando, segundo ele, o governo cobrou do secretariado apoio aos petistas Dilma Rousseff e Alexandre Padilha, nas eleições de 2014.

“Eu apoiei o Aécio e o Alckmin naquela oportunidade. Eu eticamente não posso ficar num local onde a determinação era outra. Se outras pessoas ficaram foi opção delas”, diz Salles, se referindo à Paulinho Serra, também pré-candidato a prefeito de Santo André, que abandonou a Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos somente meses após as eleições presidenciais.

45 dias

As principais mudanças nas eleições para este ano com relação às de 2014, foram determinadas pelo projeto de reforma política aprovado no Congresso em 2015. Assim, o novo calendário incorpora a redução da campanha eleitoral de 90 para 45 dias, prevista para iniciar em 16 de agosto. De acordo com Salles, a iniciativa é benéfica para a democracia brasileira. “Acho que foi muito bom isso, algumas medidas adotadas no que se refere ao teto de gasto ou aspecto de controle de doações, que empresas não podem mais. No aspecto de eliminar a poluição visual do ponto de vista de cavaletes que estavam proibidos”, disse.

O ex-secretário ainda defende reforma política que analise o número de partidos que, em sua opinião, é muito grande. “Eu acredito que não há possibilidade de nós convivermos num processo democrático em governos de coalizão, que dependem de coalizão de 35 partidos. Eu acho que o que ainda atrapalha um pouco o processo eleitoral é esse volume grande de partidos”.

Sobre a sua atual legenda, Salles diz que o PPS é um dos poucos partidos que não estão envolvidos em escândalos de desvios de dinheiro, e que a chapa de vereadores para a próxima eleição traz 33 pré-candidatos a vereadores. O partido já tem até data para a convenção, quando haverá a homologação das candidaturas: 31 de julho, na Casa de Portugal do Grande ABC, em Santo André.

Classe média

Sobre a situação de Santo André em relação à atual crise econômica, com viés político, o pré-candidato se diz otimista. Alega que tem “grande esperança em relação à Santo André” e compara o orçamento da cidade com outros da região. Destaca que o município tem segundo maior orçamento, atrás apenas de São Bernardo, apesar de apresentar renda per capita 40% maior do que a cidade vizinha. “Nós temos uma renda per capita 75% maior do que a cidade de Mauá. Nós perdemos em renda per capita apenas e, então somente, para São Caetano do Sul. Santo André tem uma classe média consolidada. Nós temos a classe média mais consolidada do ABC; em números a maior”.

Salles acredita que a consolidação da classe média garante um orçamento estável para a cidade e que, com uma administração adequada, Santo André tem grandes chances de crescimento.

Salles deve disputar sua quinta eleição
Salles deve disputar sua quinta eleição

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