Editorial: Apertem os cintos

Santo André
Santo André vai adotar novas medidas (Foto: Banco de Dados)

Enfrentando uma desafiadora crise nas finanças, que também tem atingido outros municípios do País, Santo André passará a adotar novas medidas para tentar cortar custos e manter o funcionamento da máquina. A lista de ações foi divulgada na semana passada, em decreto do prefeito Carlos Grana (PT).

Corte de horas extras, redução de contratos em 25%, suspensão de ligações para celular, veto a início de obras que dependem de verbas municipais, entre outros itens, integram o rol de ações elaborado pela gestão para tentar minimizar os efeitos da queda de arrecadação.
Nada garante, no entanto, que as medidas terão o efeito esperado. Aliás, a situação pode piorar para Estados e municípios a depender do que o Congresso fará com a ideia do presidente interino Michel Temer, de acabar com as vinculações constitucionais para Saúde e Educação.

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O fim das vinculações pode levar à diminuição dos repasses para os municípios e Estados, o que fatalmente faria agravar ainda mais a penúria financeira enfrentada por prefeitos e governadores, que entrariam numa situação desesperadora.
O descontrole das contas públicas e a dívida crescente foram algumas das péssimas heranças deixadas por Dilma Rousseff. A eliminação do déficit público deve sim ser prioridade do novo governo.

O ajuste fiscal, no entanto, não pode ser feito à custa de cortes em áreas essenciais, sob o risco de piorar ainda mais a crise econômica e prejudicar diretamente prefeituras com dificuldades financeiras, como Santo André. E mais importante: prejudicar diretamente a população mais pobre, a que justamente mais precisa dos serviços públicos.
Apertem os cintos, o arrocho vem aí.

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