As mortes por conta da gripe H1N1 no ABC não devem ser ignoradas pelas autoridades municipais e do Estado. Foram quatro óbitos apenas no ABC. A situação pede agilidade e seriedade do poder público para que o surto não se alastre com a mesma rapidez e intensidade que outras doenças como a dengue, que está em função da proliferação do perigoso mosquito Aedes aegypti.
Os problemas de caixa enfrentados em todas as esferas do poder público talvez sejam fatores de limitação a uma ação mais abrangente, mas o ideal seria que toda a população fosse vacinada e não somente grupos considerados mais suscetíveis ao vírus. Pelo menos neste ano, deveria ser assim.
Quem pode busca o setor privado e paga de R$ 80 a R$ 120 para se imunizar. Mas, por ironia do destino, as clínicas não estavam preparadas para atender o aumento absurdo da demanda. Muita gente está na fila de espera. Nesse interim, quem garante que o cidadão não entrará em contato com o vírus?
O H1N1 não é uma novidade. Os brasileiros já tiveram contato com ele em um passado recente. Acontece que nossa sociedade tem o péssimo hábito de se preocupar com a doença apenas em período de surto. Assim que passa, acabam-se as campanhas de conscientização e a preocupação dos cidadãos de incorporar de vez atitudes preventivas de forma a evitar o retorno do problema.
Em uma nação que já vive uma guerra contra um mosquito, que pena com a corrupção e com uma disputa política sem igual em nossa história, agora tem mais um problema para se preocupar. Com qual estratégia nossas prefeituras vão barrar o H1N1? Até agora, pouco ou nada foi dito à sociedade.