Capacidade instalada da indústria sobe a 77,6% em fevereiro, revela CNI

A atividade industrial continua fraca, com uma piora adicional dos indicadores de mercado de trabalho em fevereiro. Isso é o que aponta a pesquisa Indicadores Industriais divulgada nesta quinta-feira, 31, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar disso, houve uma melhora pontual do faturamento e do uso da capacidade instalada (UCI).

Os dados da pesquisa apontam que o setor operou, em fevereiro, com uma média de 77,6% da capacidade instalada, o que representa uma alta de 0,5 ponto porcentual frente a janeiro, quando a UCI atingiu 77,1%, na série dessazonalizada. Apesar da alta, a UCI está 2,2 pontos porcentuais abaixo da observada em fevereiro de 2015 (79,8%)e 4,9 pontos porcentuais menor que a média histórica.

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O faturamento na indústria também cresceu pelo segundo mês consecutivo, com alta de 1,6% em fevereiro na comparação com janeiro, na série dessazonalizada. Na comparação com fevereiro do ano passado, no entanto, o faturamento apresenta uma queda de 9,9%.

Na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a melhora no faturamento na comparação com o mês anterior deve ser consequência de situações pontuais, como redução dos estoques e aumento das exportações. “Isso se explica porque não houve aumento do ritmo da atividade industrial. No caso das exportações, ocorre principalmente pela desvalorização do real que leva a uma gradual e pequena recuperação das exportações de produtos manufaturados”, afirma Castelo Branco, em nota divulgada pela CNI.

O emprego caiu 0,4% no mês passado ante janeiro. Segundo a CNI, essa é a 13ª queda mensal consecutiva do emprego da indústria. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda é de 9,4%. As horas trabalhadas também voltaram a cair. A pesquisa apontou uma queda de 1,2% em relação a janeiro. Com isso, as horas trabalhadas acumulam queda de 8,9% na comparação com fevereiro de 2015.

A massa salarial real caiu 1,1% no mês e o rendimento médio caiu 0,3% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2015, houve uma queda de 11,5% na massa salarial e de 2,3% no rendimento médio.

O gerente da CNI afirma que é difícil prever uma reversão do quadro de recessão da indústria, principalmente em razão da situação de instabilidade política por que passa o País. “Esse aspecto soma-se às dificuldades tradicionais, a uma forte crise fiscal, à perda da capacidade de compra das famílias e à baixa intenção de investir, causado tanto pelo baixo uso da capacidade instalada do setor quanto pela falta de confiança. Toda a economia está sob domínio da política e espera uma solução para o quadro geral do País”, afirma Castelo Branco.

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