Em sessão recheada de paralisações, a Câmara de São Bernardo aprovou nesta quarta-feira (23), o projeto de lei que autoriza o Executivo a firmar um novo empréstimo junto a Corporação Andina de Fomento (CAF) no valor de US$ 125 milhões para investimentos no Programa de Infraestrutura. A proposta causou polêmica na Casa, pois também autoriza a Prefeitura a fazer novos empréstimos para a mesma obra sem precisar passar pelo crivo dos vereadores.
O principal ponto de discórdia foi o artigo 5º do projeto. “Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a abrir créditos adicionais destinados a fazer face aos pagamentos de obrigações decorrentes da operação de crédito ora autorizada”. O vereador Julinho Fuzari (PPS) entrou com uma emenda para suprimir o artigo do projeto.
“Isso vai contra a lei orgânica do município, não podemos autorizar que uma questão desta aconteça aqui em São Bernardo. Fora o fato de aumentar a dívida. O Marinho recebeu a cidade com uma dívida de 30% e agora pode chegar a 56%. Ele pode falar que o limite é 125%, tudo bem, mas em um momento como esse”, afirmou o popular-socialista.
Com dúvidas, os vereadores não votaram o projeto durante a sessão extraordinária. O presidente da Casa, José Luis Ferrarezi (PT) convocou uma extraordinária somente para votar a proposta do Executivo. Diferente da primeira parte dos trabalhos, a propositura acabou votada de forma muito rápida. A emenda de Fuzari acabou rejeitada por 12 votos contra e nove votos a favor.
Em relação ao projeto, foram 16 votos favoráveis – inclusive contando com os votos de todos aqueles que estão na base aliada, mesmo após as mudanças de partidos que foram acertadas na última sexta-feira (18). Foram nove votos contrários, sendo cinco do PPS (Fuzari, Estevão Camolesi, Osvaldo Camargo e Manuel Martins), três do PSDB (Pery Cartola, Hiroyuki Minami e Juarez Tudo Azul), Marcelo Lima (Solidariedade) e Antônio Cabrera (PSB).
Questionado sobre a não votação durante a sessão ordinária, Ferrarezi foi objetivo. “Ninguém entende a cabeça de um vereador. Não sei o que aconteceu, mas depois eu chamei a extraordinária e tivemos uma votação tranquila”, afirmou o petista.