Relator da CPI do Carf suspende depoimentos a pedido de deputados

Atendendo a pedidos de deputados da oposição e da situação, o relator da CPI do Carf na Câmara dos Deputados, João Carlos Bacelar (PR-BA), retirou provisoriamente do seu plano de trabalho nomes de pessoas e empresas indicados por ele para depor. A solicitação foi feita por parlamentares do PT, DEM e PSDB que alegaram que uma exposição injustificada poderia prejudicar pessoas inocentes e empresas. Alguns deputados também defenderam que os depoimentos possam ocorrer de maneira “reservada” na comissão.

“Não podemos expor desnecessariamente pessoas e empresas inocentes”, justificou Paulo Pimenta (PT-RS). José Carlos Aleluia (DEM-BA) destacou que as empresas “já estão sendo penalizadas pela crise econômica”. Bacelar se defendeu dizendo que os nomes indicados no plano de trabalho tiveram como base a apuração da CPI do Carf que funcionou no Senado durante o ano passado, com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. “Eu não tirei nem botei nenhum nome”, afirmou o relator.

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Além da apresentação do plano de trabalho, a CPI do Carf se reuniu nesta terça-feira, 15, para votar cerca de cem requerimentos de convocação, que foram adiados para o dia 31 de março. O objetivo é ouvir, antes de qualquer decisão, o delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, responsável pela Operação Zelotes, que investiga a manipulação de julgamentos do Carf; o procurador da República na operação, Frederico Paiva; e o presidente do Carf, Carlos Alberto Freitas Barreto. Todos já haviam sido convidados ou convocados para depor na última quinta-feira, 10.

Em seu plano de trabalho, Bacelar indicou nomes de importantes atores políticos, como os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci e o ex-secretário-geral da Presidência da República Gilberto Carvalho. O relator também tinha proposto a convocação de executivos de empresas suspeitas de terem sido beneficiadas pelo esquema, como os bancos Santander, Safra, Boston e Bradesco, o Grupo Gerdau, a empreiteira Camargo Corrêa e a Petrobras. No plano de trabalho inicial, foram mencionados representantes legais de pelo menos 54 empresas.

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