Depois da falta de cumprimento do acordo realizado em 2015, o Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema (Sindema) e a Prefeitura iniciaram a mesa de negociações para a campanha salarial de 2016 na próxima quarta-feira (9). O presidente da entidade, José Aparecido da Silva, o Neno, pediu apoio dos vereadores. A intenção da categoria é conseguir uma reposição salarial de 16% para este ano. O prefeito Lauro Michels (PV) afirma que quer fazer acordo a partir do crescimento econômico da cidade.
A proposta de reposição salarial traz parte do acordo do ano passado com a inflação desse ano. Segundo Neno, dos 7,89% acordados em 2015, 4,24% não foram cumpridos. Somando-se a essa “sobra” está a inflação de 10,84%, além da inflação apurada pelo ICV Dieese entre março do ano passado e fevereiro deste ano. O sindicalista cobrou isso com base nos acordos feitos em outras cidades da região.
“O prefeito afirma que a cidade está em crise. Essa crise também atingiu todas as cidades do ABC, mas mesmo assim houve acordo acima da inflação em Santo André, São Bernardo. Esperamos que o prefeito pense nos trabalhadores e possa aceitar a nossa proposta, e não faça como no ano passado onde o acordo não foi cumprido”, afirmou Neno durante sua fala na tribuna da Câmara.
Em material entregue aos vereadores, o sindicato mostra quem em 2015 o acordo em Santo André foi de 14% mais a inflação apurada entre abril de 2015 e março de 2016. Em São Bernardo, o acordo foi de 18% somada à inflação apurada no mesmo período e em Mauá foi feita a reposição de 10%. “Diadema: Prefeito deu calote em 2015 e ameaça mais arrocho em 2016”, afirma a publicação.
Além disso, o sindicato também pede o reajuste do vale refeição para R$ 31 por dia, valor pago para os funcionários da Câmara. Também pedem o aumento do vale refeição de R$ 245,48 para R$ 450 e caso o funcionário tenha dois cargos, dois valores devem ser pagos. A quarta proposta do Sindema é o pagamento de abono compensatório a fim de restituir perdas decorrentes do não pagamento do 4,24% referentes ao último feito entre as partes.
O prefeito Lauro Michels, em diversas entrevistas, afirmou que não pretende fazer “loucuras” em relação à nova campanha salarial. A ideia do chefe do Paço é tentar fazer um acordo em cima do crescimento da arrecadação do município, inclusive essa é a justificativa usada pelo verde para não ter cumprido o restante do acordo de 2015.
Oposicionistas consideram que a proposta é viável, principalmente após o anúncio de um programa de restruturação da cidade com investimentos de R$ 105 milhões, oriundos do acordo junto a Sabesp. “Agora que o prefeito diz que fará uma série de investimentos, com certeza ele pode fazer um bom acordo com o Sindema”, falou Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT).