A Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) divulgou que em 2015 concedeu R$ 18,3 milhões em financiamentos para prefeituras e para pequenas e médias empresas do ABC, valor 37% superior ao de 2014. O setor de serviços respondeu por 50% do total, a indústria por apenas 9% e o setor público ficou com 41%. No Estado de São Paulo como um todo, a agência liberou, no mesmo período, R$ 353 milhões, 23% a menos que no ano anterior, resultado que contrasta com o da região.
De acordo com Ana Paula Shuay, superintendente de Negócios da Desenvolve SP, o tratamento e as exigências são os mesmos para todos os segmentos. A diferença é que os empresários do setor de Serviços têm procurado mais a agência, que tem a inovação como foco principal. “Boa parte das empresas que tomaram empréstimos são do ramo de tecnologia. É o setor que mais inova na atualidade”, informa.
Ana Paula explica que inovação envolve reformulação de produtos, melhorias nos processos produtivos, compra de maquinário mais moderno e não apenas a criação de novos produtos. Ou seja, a gama de empresas que podem ser beneficiadas é grande. “A inovação é nosso principal foco e os juros para atender a essa demanda partem de 0% ao ano. Há outras linhas de financiamento com taxa de juros variada. Capital de giro, por exemplo, que não é nosso foco, tem juros de 6,98% ao ano”.
A Desenvolve SP atende empresas de pequeno e médio porte com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. Qualquer empresa com CNPJ pode buscar recursos na agência, que não tem pontos físicos. O atendimento inicial é feito por meio do site, onde o empresário apresenta o projeto e o montante que ele deseja financiar. Em seguida, um consultor entra em contato para dar continuidade ao processo que leva, em média, de três a quatro meses.
A agência trabalha com recursos próprios, mas também opera linhas de repasse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os empréstimos podem ser pagos em até 10 anos com dois anos de carência.
O principal destino dos recursos na região foi Santo André, com R$ 7,6 milhões no total. Em seguida vem São Bernardo (R$ 1 milhão), São Caetano (R$ 80 mil), Diadema (R$ 580 mil), Mauá (R$ 82 mil) e Ribeirão Pires (R$ 8,8 milhões). Os repasses feitos às prefeituras visam melhorias na infraestrutura como a construção de arenas multiuso, pavimentação de ruas e avenidas, entre outros.