Dólar termina no menor valor do ano, a R$ 3,9675, favorecido por fluxo

O dólar completou nesta segunda-feira, 1, a terceira sessão consecutiva de perdas ante o real. Em função do fluxo de investimentos estrangeiros na Bovespa e na renda fixa, além da redução de posições compradas por parte de alguns players, a divisa americana à vista fechou em queda de 1,34%, aos R$ 3,9675. É o menor valor de fechamento para o dólar registrado neste ano de 2016. A moeda para março, que encerra apenas às 18 horas, caía 0,89% há pouco, aos R$ 3,9985.

Pela manhã, o fato de a divisa americana no exterior estar sem uma tendência única, em relação às moedas de países emergentes ou exportadores de commodities, segurava as oscilações também no Brasil. No geral, profissionais lembraram os ganhos mais recentes da Bovespa e o aumento da liquidez global – com o Japão anunciando estímulos – para justificar a venda de dólares.

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Internamente, o retorno dos trabalhos no Congresso e no Judiciário, nesta semana, era lembrada. Mas nenhuma notícia foi capaz de influenciar tão diretamente as cotações. “A demanda por dólares continua curta neste início de ano. Sustentar posições com a moeda em patamares tão elevados é caro, então o pessoal vende”, disse um profissional de corretora. “Apesar das incertezas, não há demanda por dólares para manter as cotações lá em cima”, acrescentou.

Do dia 21 de janeiro, quando o dólar atingiu seu pico histórico desde o início do real, para a sessão de sexta-feira, 29, a posição líquida comprada dos estrangeiros em dólar futuro caiu de 115.974 contratos (US$ 5,799 bilhões) para 83.241 contratos (US$ 4,162 bilhões). Isso corresponde a apenas uma parcela do posicionamento mais geral destes players, que atuam também em derivativos como cupom cambial – DDI e opções, mas serve como termômetro para as tendências mais amplas.

Alguns profissionais também citaram a entrada mais recente de investidores estrangeiros em ativos brasileiros. A percepção de que o Brasil “está barato” ajudou a Bovespa a subir nas últimas sessões e, hoje, estrangeiros atuavam na compra de PU nos contratos futuros de juros (vendiam taxas). Mais para o fim do dia, a compra de ações brasileiras por estrangeiros também se intensificou, o que provocou a disparada de ordens de stop por investidores comprados (posicionados na alta do dólar), ampliando o movimento.

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