A novela sobre o Plano Municipal de Educação (PME) de São Bernardo ainda não acabou. Depois do prefeito Luiz Marinho (PT) ter usado o Facebook para avisar que enviará a Câmara uma lei complementar para proibir o ensino da ideologia de gênero em todas as escolas localizadas no município, o vereador oposicionista Julinho Fuzari (PPS) também usou a rede social para dar a sua opinião sobre as palavras do petista. Para o legislador, o prefeito está querendo dar um “golpe” na cidade e na Câmara.
Em um vídeo publicado na noite de sexta-feira (22), duas horas após conversar com o RD (até então Fuzari não sabia sobre o vídeo de Marinho), o vereador fez duras críticas ao petista. “Muita atenção ao golpe que o prefeito do PT quer aplicar em toda a população de São Bernardo do Campo e também na Câmara Municipal, pois nessa manobra que eles estão criando nós iremos acatar o veto dele e aí deixa de existir a proibição no Plano Municipal de Educação na questão da ideologia nas escolas municipais”, afirmou.
A emenda ao PME aprovada na Câmara em dezembro de 2015 proibia o ensino da ideologia de gênero nas escolas municipais. Para Luiz Marinho o Plano também abrange as escolas estaduais e particulares localizadas em São Bernardo, assim na sua visão a emenda feita pelos vereadores permitiria que esses locais ensinassem a ideologia que é o centro da polêmica e só proibiria nas escolas estaduais, por isso o petista quer aprovar uma lei complementar que amplie a proibição a todas as instituições de ensino.
Para Fuzari a ideia do chefe do Paço pode causar um imbróglio jurídico. “O prefeito quer induzir a Câmara Municipal e também a população de São Bernardo do Campo ao erro, porque se nós aprovarmos essa lei complementar e acatarmos o seu veto, depois essa lei poderá ser considerada pelo poder judiciário como uma lei inconstitucional e o projeto passará sem a questão da ideologia de gênero”, afirmou.
A intenção do popular-socialista é que os vereadores de oposição e da base aliada que votaram favoravelmente a emenda mantenham a palavra dada após a votação do projeto e votem favoravelmente a derrubada do veto. Nos bastidores, Luiz Marinho está procurando os vereadores aliados para conversar sobre o assunto e convencê-los a manter o veto à emenda. A expectativa é que a proposta seja votada nas primeiras sessões do Legislativo que retornam no dia 3 de fevereiro.
Redes Sociais
As redes sociais, principalmente o Facebook e o WhatsApp, foram os cenários usados por militantes favoráveis ou não a ideologia de gênero durante os debates da proposta. Boatos sobre uma possível utilização de conteúdo sexual para as aulas foram espalhados pela internet, fato que posteriormente Luiz Marinho negou veementemente. Outros vídeos com outros boatos foram espalhados pela rede e foram alvos de críticas de ambos os lados durante a votação no Legislativo.