Amigos redescobrem Moraes após gol do título

“Fui acordado com um telefonema do Juan (da assessoria de imprensa do Santos), avisando que eu tinha que estar no CT Rei Pelé às 11h30.” Depois disso, o seu celular não parou mais de tocar. “Foram telefonemas de conhecidos e de amigos de quem eu nem me lembrava mais. Nem sei como conseguiram o número do meu celular.”

Após marcar o gol do bicampeonato santista, a vida de Aluísio Chaves Ribeiro Moraes Júnior, ou Moraes, descobriu que sua rotina será diferente daqui para a frente. Pouco chegado às badalações, o atacante foi um dos primeiros jogadores a deixar a comemoração reservada do conquista do bicampeonato paulista, numa churrascaria na Ponta da Praia, em Santos. E, ao chegar à calçada, foi cercado por torcedores que gritavam o seu nome e disputavam espaço para conseguir um autógrafo.

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“Foi gratificante. Antes eu só tinha dado autógrafo quando a delegação do Santos chegava a alguma cidade, e ninguém nem sabia quem eu era”, disse o jovem atacante na tarde desta segunda-feira. Seu dia seguinte não teve nada de especial. Na noite anterior, ficou lembrando do gol, dos lances do jogo, e de jogadores famosos como Zé Roberto, Antônio Carlos, Pedrinho e Fábio Costa, figurinhas de sua infância, todos gritando, entre risos e lágrimas, o seu nome no ônibus a caminho da Baixada Santista. Demorou pegar no sono.

Hoje, durante todo o dia, Moraes lidou com a fama repentina com a calma de um veterano. Profissional há apenas quatro meses, Moraes tem dois gols, ambos de cabeça, em quatro partidas -, mas não considera o de domingo contra o São Caetano o mais bonito que já marcou. “Esse foi o mais importante porque deve mudar minha vida e a minha carreira, mas o que eu mais gostei foi contra o Angra, na Copa São Paulo de 2006. Estava no segundo pau e acertei um voleio.”

Moraes já vinha sendo elogiado por Vanderlei Luxemburgo antes do jogo de domingo pelo futebol mostrado nos treinos. “É um centroavante raçudo, que marca os zagueiros adversários, briga pela bola e busca o gol.” Aos 11 minutos do segundo tempo do jogo de domingo, o técnico chamou o atacante até então desconhecido, deu algumas orientações e completou. “Vai lá, garoto. E joga sem medo.” Só na churrascaria, à noite, Luxemburgo falou pela primeira vez com o garoto após o jogo. “Fez um golzinho e já está se achando, hein?”, disse, rindo. Moraes ficou feliz, como se acabasse de ouvir um elogio.

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