Jogo Rápido – Edu Passos

Azulão chega forte na finalíssima

E não é que Dorival Júnior venceu com sobras o duelo com Muricy Ramalho no último sábado? Poderia dizer que a simplicidade venceu a arrogância. Um time versátil sem estrelas venceu um time cheio de marra, com jogadores de qualidade duvidosa. Eis que o São Caetano está em mais uma final, com condições plenas de vencer o Santos de Vanderlei Luxemburgo, que ainda é o favorito.

Newsletter RD

Precaução é palavra de ordem na primeira partida da decisão, principalmente ao Santos, que quase escorregou contra o Bragantino e aprendeu a lição que em decisão tudo é possível.

No caso, qualquer comentário sobre táticas e o que poderá acontecer neste duelo entre os finalistas ficará para a próxima semana. Ou alguém duvida que este primeiro jogo no Morumbi será marcado por um futebol burocrático, sem coragem de ambas as partes e todas as emoções acontecerão no segundo jogo da final?

E se eu fosse treinador de qualquer um dos times, não faria nada diferente. O fatídico “primeiro jogo” não decidirá absolutamente nada e mesmo com uma goleada para um dos lados, nada será definido. É por essas e outras que me pergunto qual a razão de termos dois jogos…

Ida e volta? Pra quê? Cultura? Regulamento? Se na teoria dos dirigentes é a questão financeira que obriga os confrontos finais de “ida e volta”, poderia citar que os jogos de decisão mais importantes e rentáveis do futebol são decididos em um jogo só. Se a Copa do Mundo é decidida em um jogo só, a Champions League idem, qual a razão dos dirigentes continuarem com este tipo de regulamento?

Aí que a justiça do esporte fica em segundo plano. Mesmo que os times incompetentes, aqueles que normalmente são eliminados neste tipo de disputa, “dizem” que “mata-mata” é uma fórmula injusta, a finalíssima em jogo único é o jeito mais simples de não ocorrer este tipo de injustiça.

No caso, o time de melhor campanha jogaria em casa e esta seria a única vantagem. Nada de jogar por empate ou “resultados iguais”. Em outros esportes o jogo único prova que é a fórmula mais justa e rentável de disputa. O “Superbowl”, jogo que decide a liga de futebol-americano não tem a tal “ida e volta” e é o espaço publicitário mais caro da televisão mundial, ou seja, nada justifica a manutenção deste tipo de cultura no futebol. Será que existe alguma explicação?

Rápidas

# Quantas rodadas Carpegiani durará no comando do Corinthians? Eliminado da Copa do Brasil pelo Náutico em pleno Pacaembu, Carpegiani terá muito trabalho para reestruturar o Corinthians no Campeonato Brasileiro. Faltam três semanas para o início do torneio e diversos jogadores indicados por Emerson Leão já não estão nos planos da diretoria alvinegra. Magrão e Roger também devem sair, deixando a missão do técnico gaúcho mais complicada do que ele imaginava quando aceitou o convite para assumir o Timão.

# A queda de rendimento do São Paulo aconteceu na hora que eu não esperava. Estar fora da decisão do título paulista mexeu com os brios do torcedor que das arquibancadas mandou o recado. Agora a Libertadores é obrigação. No caso, a missão do Tricolor será complicadíssima. Dois jogos contra o Grêmio, sendo o segundo em Porto Alegre.

# Ridículo, grotesco, bizarro, lamentável… Poderia gastar todo espaço destinado à coluna para adjetivar o momento destes dois clubes. Enquanto seus rivais disputam torneios importantes e decisões, hoje cedo na Academia de Futebol da Barra Funda, Palmeiras e Santo André duelam em melancólico jogo treino.

É isso aí. Um abraço e até a próxima semana.

Edu Passos é jornalista, consultor de marketing e gestão esportiva. Comentários para o e-mail: edupassos@edupassos.com.br

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes