Feijão atinge preço recorde em São Paulo

O preço do feijão subiu 20,62% e chegou a R$ 4,51 o quilo em novembro nos supermercados da cidade de São Paulo, atingindo o maior pico de alta desde a criação do Plano Real, informou nesta quinta-feira o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A maior alta do produto, desde o início do Real, em 1994, foi em abril de 2003, quando o quilo do feijão chegou a R$ 3,78. Desde 94, o preço variou na média de R$ 2,00 o quilo.

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Nos 12 últimos meses, o produto da variedade carioquinha tipo 1, o mais consumido em São Paulo, subiu 74,85% no varejo da capital paulista. Em outubro e novembro, a alta foi de 34,6% e influenciou no crescimento de 0,28% da taxa do custo de vida em São Paulo.

A expectativa é de que os preços devem continuar subindo no varejo, no processo de repasse das altas do atacado, onde a saca de 60 quilos do produto, que custava em média R$ 75,29 em abril, foi para R$ 172,46 em novembro, uma alta de 129%.

“Se o governo não importar o produto, os aumentos serão constantes e vão durar até depois do início do ano que vem”, diz o economista José Maurício Soares, técnico do Dieese. Segundo ele, as altas ocorrem porque as condições climáticas derrubaram a safrinha de feijão de maio/junho, a qual serve como reposição da safra principal do fim de ano e que também foi influenciada pela redução das áreas de plantio. “A estiagem, além de prejudicar a safrinha, atrasou o plantio da safra principal, que ao invés de ser colhida no começo do ano, só chegara aos mercados depois de março”, explicou.

De acordo com o Dieese, o problema é sentido em todo o País, onde se consume diversas variedades de feijão. “Em todas as 16 capitais medidas, o produto teve forte alta em novembro, com destaque para Aracaju, onde o reajuste foi de 80%”, afirmou. (AE)

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