O Santander e o Banif, banco de investimento, criarão um Fundo de Investimentos e Participações (FIP) para financiar a construção da usina hidrelétrica de Santo Antonio, no complexo do rio Madeira. O Santander é o assessor do consórcio liderado pela Odebrecht para concorrer na licitação, marcada para o final de outubro.
O vice-presidente executivo do Santander, Gabriel Alonso, disse que o FIP deverá captar R$ 400 milhões. A distribuição terá garantia firme dos bancos, que ficarão com as cotas do fundo caso não haja demanda. “Mas a expectativa é distribuir as cotas, por isso, faremos esforço de vendas no Brasil e no exterior”, afirmou Alonso.
Os bancos já obtiveram autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a criação do fundo. Amanhã deverá ser publicado um anúncio de início de distribuição do FIP. Os bancos terão 180 dias para captar os recursos. Caso o consórcio liderado pela Odebrecht perca a licitação, o fundo será desfeito.
Segundo Paulo Pinho da Silva, executivo do Banif, os bancos coordenadores do FIP não descartam a possibilidade de ficar com um pedaço do fundo. Ele afirmou que as instituições também podem financiar as empresas, participando da fatia que corresponderá a endividamento direto dos investidores.
Valor total
O valor total do projeto está estimado em R$ 11 bilhões. Deste montante, R$ 2 bilhões corresponderão a aportes de capital dos sócios, sendo que o FIP vai equivaler a 20% desse aporte de capital. A maior parte do investimento será financiada via dívida, sendo R$ 7 bilhões com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante virá de instituições diversas.
O FIP será um fundo fechado, mas seus investidores terão a opção de sair do investimento por meio do mercado de capitais, já que a Sociedade de Propósito Específico (SPE), que será a controladora da usina e da qual o fundo comprará ações, poderá abrir o capital por meio de uma oferta pública de ações.