Queda na tarifa de eletricidade residencial suaviza IPC-S

A queda na tarifa de eletricidade residencial (-4,24%) foi o principal fator que levou à taxa menor do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0,28% até a semana encerrada em 31 de julho, ante alta de 0,35% no indicador anterior, de até 22 de julho. Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a influência foi tão grande que, caso fosse excluída a queda na tarifa de energia do cálculo do IPC-S de até 31 de julho, o índice teria subido 0,46%.

“Foi o que mais chamou a atenção, realmente”, admitiu o economista. Ele lembrou que a tarifa de energia elétrica é item componente do grupo Habitação, a classe de despesa de maior peso entre as sete pesquisadas para cálculo do indicador. O comportamento da tarifa puxou para baixo os preços do grupo Habitação, que caiu 0,40% no IPC-S de até 31 de julho, ante deflação de 0,30% no indicador anterior.

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O economista informou ainda que a desaceleração do IPC-S poderia ter sido mais forte, não fosse o comportamento de tarifa de telefone fixo, que acelerou fortemente (de 0,59% para 1,17%), compensando em parte o impacto da queda da tarifa de energia no resultado do indicador.

Telefonia

O aumento de cerca de 2% na tarifa de telefonia fixa autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), aliado ao impacto da migração de planos de pulsos para minutos, levou à aceleração no preço de telefonia fixa (de 0,59% para 1,17%), na passagem do IPC-S de até 22 de julho para o indicador de até 31 de julho.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, lembrou que o reajuste autorizado pela Anatel foi anunciado no último dia 20. Já no caso da migração, houve um impacto de elevação de 2,99% no total da conta de telefone fixo dos consumidores do Rio de Janeiro, em julho, devido à mudança.

Perfil de consumo

De acordo com ele, o impacto da migração será diferente em cada capital, a depender do tipo de perfil de consumidor, em cada cidade. Isso porque, de acordo com o economista, no caso da migração, os consumidores que têm o costume de realizar chamadas mais longas pagarão mais pelo serviço do que pagavam antes. “Assim, cidades com renda mais alta, que têm o hábito de realizar chamadas mais longas, pagarão mais pelo serviço, porque têm o costume de usar mais, também”, disse.

Em agosto, o IPC-S receberá, ao longo do mês, impactos de elevação e de deflação originados em outras cinco capitais pesquisadas pela FGV. Segundo informações da FGV, até o final desse mês, serão detectadas as respectivas elevações e quedas nas contas totais de telefone fixo: +1,51% em São Paulo; -1,30% em Salvador; +4,10% em Brasília; -0,92% em Belo Horizonte; e +2,58% em Porto Alegre. Visto que estão previstas elevações de preços nas contas totais de telefone em capitais de peso na formação do IPC-S, como São Paulo e Brasília, a perspectiva para o IPC-S durante agosto é de aceleração.

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