Dívida líquida cai para 44,3% do PIB

O resultado positivo recorde das contas públicas em junho ajudou a baixar o saldo da dívida líquida, que atingiu 44,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 44,7% do PIB em maio. “Houve uma queda expressiva”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. “A tendência de desaceleração da relação dívida/PIB está mantida.” Em reais, a dívida líquida atingiu R$ 1,095 trilhão em junho.

O volume de endividamento do setor público comparado ao PIB é um dos principais indicadores acompanhados por economistas para medir a capacidade do governo de honrar seus compromissos, ou seja, não dar um “calote” na dívida. Esse dado era um dos principais pontos do programa que o Brasil teve com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Para julho, a expectativa é que a relação dívida/PIB permaneça estável, mantendo o saldo de 44,3% do PIB. A tendência, porém, é que a dívida líquida tenha uma ligeira elevação até o fim do ano fechando 2007 em 44,5% do PIB.

Segundo Altamir, essa alta é esperada porque as despesas do setor público vão crescer nos últimos meses do ano, reduzindo o volume de recursos disponíveis para quitar os juros sobre a dívida pública. Dessa forma, o saldo do endividamento do setor público deverá aumentar um pouco.

Ainda assim, o comportamento da dívida em 2007 é mais positivo para a economia do que nos anos anteriores, em razão da queda das taxas de juros.

No primeiro semestre de 2005, por exemplo, as despesas do setor público com juros foram de R$ 80,128 bilhões, equivalentes a 7 77% do PIB do período, enquanto os gastos no primeiro semestre deste ano foram de R$ 78,854 bilhões, ou 6,49% do PIB. Nesse período, a taxa básica de juros da economia, a Selic, teve redução de 7,75 pontos porcentuais, passando de 19,75% ao ano em junho de 2005 para 12% em junho passado.

A queda da Selic vai se refletir gradualmente no custo da dívida disse Altamir. Ele demora a absorver o corte da Selic porque boa parte da dívida pública não é corrigida conforme essa taxa, e sim prefixada (tem a taxa de juros definida na hora do leilão dos papéis). Os títulos prefixados são de médio e longo prazo, por isso o estoque da dívida ainda possui uma parcela com títulos mais caros, com taxas acordadas há vários meses, mais altas do que a Selic atual. (AE)

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