Preços de frutas e laticínios elevam IPC-S de junho

O fim da deflação nos preços das frutas (de -0,36% para 1,58%) e a aceleração nos preços de laticínios (de 6,19% para 7,45%) levou à taxa maior do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que fechou o mês de junho com alta de 0,42%.

Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a alta nos preços das frutas é originado de influências sazonais, na oferta desse tipo de produto, nessa época do ano. É o caso do mamão papaia (25,64%) e da manga (14,11%). “Esses produtos sempre sobem de preço nessa época do ano”, disse o economista.

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Porém, a explicação para o aumento nos preços dos laticínios é um pouco mais complexa. O economista informou que o leite continua com oferta reduzida no mercado interno, devido ao período de entressafra, e o aumento das exportações brasileiras de leite em pó. Isso porque a cotação no mercado internacional está em alta, devido às produções fracas de leite, esse ano, em grandes regiões produtoras, como Austrália e Nova Zelândia.

Pela terceira vez consecutiva, o preço do leite tipo longa vida teve a mais intensa elevação da história do IPC-S, criado em janeiro de 2003, com aumento de 14,70%. “Praticamente toda a cadeia de laticínios está com os preços em alta”, disse.

Início de julho

O próximo IPC-S, que será referente à quadrissemana encerrada em 7 de julho, deve registrar taxa bem parecida com a anunciada hoje, de 0,42% ( referente ao índice de até 30 de junho). Segundo André Braz, no curto prazo (ou seja, até o próximo resultado do indicador) não há pressões significativas de aumentos de preços. Mas o mês de julho deve apresentar outras pressões de altas de preços, até mesmo de administrados.

Ele comentou que o mês de julho é o de reajuste nos preços de telefonia fixa. O economista comentou que, pelo noticiário da imprensa, o aumento na tarifa de telefone deve ficar em torno de 2%. “Cada 1% de reajuste em telefonia fixa conduz a uma média de 0,03 ponto percentual de acréscimo no IPC-S. Então, se for mesmo 2%, isso vai ter um impacto de 0,06 ponto no resultado do índice, quando o reajuste for anunciado”, disse, acrescentando que o começo do impacto na inflação deve ser sentido no último IPC-S do mês. A influência do reajuste também deve ser sentida nos resultados do índice em agosto.

Além disso, economista informou que está previsto reajuste na tarifa de energia elétrica em alguns Estados, em julho – o que deve contribuir para uma taxa maior do IPC-S.

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