Multinacionais brasileiras ampliam atuação internacional

Se um militante de esquerda entrasse em coma em 1970 e acordasse hoje, levaria um susto. O Brasil é governado por um ex-operário chamado Luiz Inácio Lula da Silva e Franklin Martins, um dos seqüestradores do embaixador americano Charles Elbrick, é ministro. O País também não deve mais um tostão ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Aliás, praticamente não tem mais dívida externa, pois as reservas internacionais, que estavam em US$ 146,1 bilhões na sexta-feira, já equivalem a toda a dívida externa de médio e longo prazos. Pelo dado mais recente, referente a abril, a dívida era de US$ 145,4 bilhões.

Como se não bastasse, pipocam multinacionais brasileiras pelo mundo inteiro e o governo prepara uma política específica para apoiar iniciativas desse tipo. Nos anos 70, as empresas estrangeiras que atuavam no Brasil eram apontadas pela esquerda como símbolos de dominação e exploração do País. Agora, o setor privado atua na mão inversa. Exemplos recentes são a compra da americana Swift pela brasileira Friboi, um negócio de US$ 1,4 bilhão que criou a maior exportadora mundial de carne bovina. A Vale do Rio Doce comprou no ano passado a mineradora canadense Inco por US$ 18 bilhões.

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Este ano, as empresas brasileiras deverão enviar US$ 10 bilhões ao exterior para investimentos diretos, segundo estimativa do Banco Central. Será bem menos do que em 2006, quando foram enviados US$ 28,2 bilhões, um número inflado por causa da aquisição da Inco. Ainda assim, é um novo nível de investimentos no exterior. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, são várias as razões que levam as empresas brasileiras a investir lá fora: proximidade com o cliente ou com a matéria-prima, juros mais baixos e prazos mais longos no financiamento. Há ainda outro fator: ao estruturar-se em bases globais, as empresas brasileiras ficam menos vulneráveis a crises financeiras internas ou externas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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