Dilma: não interessa ao Brasil nem à Bolívia um atrito

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que o caminho que o Brasil deve tomar na questão da venda de duas refinarias da Petrobras na Bolívia é o da negociação. “Eu acho que a negociação está aberta e acho que sempre o negociador, no caso a Petrobras e o Brasil, temos de fazer valer nossos direitos e adotar as medidas necessárias”, disse a ministra, numa referência a um eventual recurso à arbitragem internacional.

“Agora, eu acredito que há essa possibilidade concreta de negociação. E isso é muito bom, porque se encontrará uma posição que não comprometa todos os nossos interesses na Bolívia, nem os interesses dos bolivianos”, afirmou. Para a ministra, não interessa nem ao Brasil, nem à Bolívia um atrito nos fóruns internacionais. “Então, acredito seriamente que a negociação dará certo”.

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A ministra-chefe disse que o governo jamais marcou data para a aprovação do licenciamento ambiental, para a construção das hidrelétricas no Rio Madeira. “O governo jamais marcou data. Quem marca data é a realidade. Nós precisamos de energia em 2012. Se não sair até o final de maio, essa energia vai ser prorrogada para 2013. Acredito que todas as questões relativas às duas usinas, tanto a de Santo Antonio como a de Jirau, estão sendo bem encaminhadas. E nós esperamos uma solução. Se ela ocorrer até o final do mês, muito bem. Se não, tomaremos outras medidas” disse a ministra.

Dilma Rousseff lembrou que outras alternativas de fonte energética exigem determinado tempo de instalação. Uma hidrelétrica levaria cinco anos para ser instalada. “Está levando, contando a licença ambiental, um pouco mais, seis, sete, às vezes”. Uma usina nuclear levaria cerca de seis anos, devido à sua complexidade. “Já as usinas térmicas são mais fáceis de construir”, lembrou a ministra, referindo-se às usinas a gás, a carvão e a diesel. “Elas são mais rápidas, porém mais poluentes”, lembrou.

PAC

A ministra da Casa Civil disse que o aporte de recursos do setor privado para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é muito importante, porque participa de forma central. O PAC, lembrou a ministra, está sendo conduzido com recursos da União, das estatais e da iniciativa privada.

“Nós achamos que esse processo inicial do PAC é muito importante, porque há mais de 10 anos o país não investe. Nós estávamos acostumados a controlar gastos e todos os mecanismos que existiam dentro do governo era para impedir o gasto. E isso levou a uma prática que hoje ainda está vigente. No entanto o PAC veio para alterar essas condições. Não para fazer aquele gasto fácil, sem conseqüência, mas para fazer um gasto eficiente”, disse a ministra, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil da TV Globo.

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