Presidente boliviano descarta arbitragem internacional

O presidente da Bolívia, Evo Morales, descartou hoje arbitragem internacional no impasse sobre as refinarias da Petrobras e disse que a questão deve ser resolvida por meio do diálogo. “Estou convencido de que com países vizinhos como o Brasil jamais será preciso apelar a arbitragens internacionais”, afirmou Morales no Palácio Quemado, de acordo com relato da Agência Boliviana de Informações (ABI).

“Com certeza haverá entendimento, isto não é um problema, só é preciso aprofundar o diálogo”, afirmou o presidente boliviano. Ele acrescentou que a Petrobras e a Bolívia não vão negociar a venda das refinarias pelos meios de comunicação.

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Morales, ainda segundo a ABI, declarou que seu governo se baseia na legalidade, respeita a propriedade e cumpre com seus acordos. O presidente boliviano explicou que o principal interesse de seu governo é se basear no valor patrimonial e no diálogo. Ele assegurou que as políticas de transformações na Bolívia irão adiante, mas que o país será responsável com os acordos e digno com seus recursos naturais para que se garanta o abastecimento de gás para o Brasil.

A Petrobras tenta vender as refinarias Gualberto Villaroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder, em Santa Cruz, e de acordo com fontes quer entre US$ 120 milhões e US$ 160 milhões pelas unidades. A decisão de vender 100% das refinarias para o governo boliviano foi precipitada após decreto, baixado por Morales no domingo, pelo qual a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) passa a ter o monopólio das exportações e comercialização de petróleo bruto constituído e gasolina branca.

Esta tarde, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que a proposta da Petrobras sobre as refinarias será analisada amanhã, em encontro em La Paz, a capital boliviana. Segundo Morales, a proposta da companhia brasileira está sendo analisada pela equipe de hidrocarbonetos e nas próximas horas o ministro Carlos Villegas dará uma resposta para que o diálogo possa prosseguir.

Ainda de acordo com Morales, o povo boliviano quer recuperar os recursos naturais, pois as refinarias foram parar nas mãos da Petrobras devido aos maus negócios feitos por governos anteriores. Morales diz que as refinarias podem ser recuperadas por meio de uma recompra e que o diálogo é necessário para que os aspectos econômicos sejam avaliados.

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