Infra-estrutura ainda é risco para investidores, diz Bird

Mesmo com a inflação e as taxas de juros em queda, a bolsa batendo recordes, as reservas internacionais elevadas como nunca e as famílias indo às compras, o Brasil é ?pouco atraente? para os empresários que querem investir em infra-estrutura, porque as regras para o funcionamento de setores como telefonia, energia e transportes são muito instáveis. A opinião é do economista-sênior do Banco Mundial (Bird), Paulo Corrêa, para quem ?é necessário retomar os investimentos privados em infra-estrutura, porque o setor público não tem como fazê-lo?.

?Esse é o nó górdio?, disse Corrêa, acrescentando que a receita para desatá-lo é uma só: ?O segredo é reduzir o risco regulatório?. Enfático, o economista acrescenta: ?O Brasil precisaria dar um sinal inequívoco em favor do investimento privado?.

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Tanto Corrêa quanto outros economistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo admitem, cada um a seu modo, que não há Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sem pesados investimentos privados e sem medidas que diminuam as incertezas jurídicas e regulatórias que permeiam as decisões dos empresários.

Corrêa, que é especialista em desenvolvimento do setor privado na América Latina e no Caribe e um dos autores do relatório Como Revitalizar os Investimentos em Infra-estrutura no Brasil – Políticas Públicas para uma Melhor Participação Privada, lançado neste mês pelo Bird, estima que o Brasil precisaria investir 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em infra-estrutura – atualmente, o governo federal espera aplicar 0,5% do PIB. Mas o próprio governo reconhece essa limitação, uma vez que no PAC estão previstos R$ 504 bilhões em investimentos até 2010, dos quais perto de R$ 210 bilhões terão de vir da iniciativa privada.

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