Consumidor não sente deflação de 0,15% no bolso

Apesar de a inflação no ABC ter apresentado queda de 0,15 % em junho, segundo dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pelo Imes (Universidade Municipal de São Caetano), muitos consumidores quando vão às compras não percebem a baixa na hora de pagar a conta do supermercado.

A comerciante Florinda Fernandes Claro, 67 anos, afirma que raras vezes percebe economizar quando ass pesquisas indicam deflação na região. “Toda vez que vou ao mercado o preço da salsicha e do pão sempre estão iguais”, destaca a vendedora de cachorro-quente.

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Já a professora aposentada Maria Rodrigues, 62 anos, diz que costuma fazer compras em quatro locais diferentes. A iniciativa gera economia de até 30%. “Em determinado mercado eu compro só alimentos e em outro só produtos de limpeza”, destaca. Maria também comenta que quando a inflação cai a diferença é pouca. “Não resulta em muita economia”, destaca a professora.

Para o taxista Normando de Moraes, 54 anos, produtos como arroz, óleo de soja e açúcar estão entre os itens que apresentaram queda no início do mês. “Quando fui ao supermercado já percebi a redução”, diz.

Segundo o IPC-Imes, deflação 0,15% não era registrado desde julho de 2003, quando a baixa apurada foi de 0,45%.Os setores de alimentação, com queda de 1,11%, e transportes (0,43%) foram os responsáveis pela baixa. “Os produtos alimentícios que apresentaram maior baixa foram óleo de soja (5,15%), açúcar (11,78%) e arroz (4,40%)”, destaca Lúcio Flávio Dantas, assistente de Coordenação do IPC-IMES/ABC.

Valdomiro Sanches Bardini, gerente comercial da Coop, destaca queda significante em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2004, o preço médio do arroz era R$ 8,18 e, hoje, custa R$ 6,14. Já o óleo de soja, baixou de R$ 2,22 em 2004 para R$ 1,76.

Aumento

Já os setores que apresentaram aumento foram vestuário 1,99% e habitação (0,73%). Mesmo com o aumento, os setores vêm apresentado queda, já que em maio deste ano o vestuário teve acréscimo de 3,06% e habitação 0,22%. “A mudança de estação contribui para o aumento da inflação no setor de vestuário. Para quem consegue vender é bom, já quem não consegue tem que liquidar”, destaca Dantas.

A taxa de inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor é voltada para um conjunto de famílias residentes no ABC com renda mensal que varia entre dois e 14 salários mínimo.”A projeção para os próximos resultados é de continuidade no quadro atual. Aguardando um ligeiro aprofundamento na queda da inflação ao longo do mês de julho”, explicou Dantas.

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