Vírus é a principal causa da paralisia facial periférica

A paralisia facial periférica, transtorno que afeta o movimento principalmente da boca e do olho de um lado do rosto, é uma doença que assusta. Apesar de ser benéfica, pode ser facilmente confundida com o AVC (Acidente Vascular Cerebral).

?A paralisia facial é o comprometimento do sétimo par de nervos cranianos, que são responsáveis pela mímica do rosto?, explica o professor de Neurologia da Faculdade de Medicina do ABC, Rubens Wajnsztejn. ?É uma doença muito comum, que pode afetar crianças, jovens e adultos?.

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Na maioria das vezes, identifica-se pela dificuldade de fechar o olho do lado afetado, de fazer movimentos com a boca, como falar, comer e beber, e de franzir a testa. Já nos casos de derrame, há um desvio da boca para o lado, mas o olho e a testa permanecem normais. A instalação da paralisia normalmente é súbita, mas com o passar do tempo apresenta melhora, podendo levar alguns meses para a total recuperação.

Segundo o neurologista, o principal causador da doença é um vírus. ?Antigamente falava-se que o responsável por esse transtorno era um golpe de ar, quando a pessoa troca repentinamente de ambiente que apresentam grande diferença de temperatura, mas estudos mostram que a principal causa é viral?, esclarece. Apesar de muitas pessoas acreditarem que o golpe de ar é um mito, o médico afirma que esta causa ainda não foi totalmente descartada pela ciência.

?Este vírus é comum e provavelmente muitos de nós já entramos em contado com ele, assim como tantos outros. O que acontece é que algumas pessoas apresentam uma predisposição genética para contraí-lo, além de uma resistência diminuída do sistema imunológico?, diz Wajnsztejn. Entretanto, trauma na face, infecção no nervo facial por bactéria e infecção no ouvido também podem causar a paralisia.

De acordo com o médico, um dos tratamentos recomendados é com antiinflamatórios derivados da cortisona, principalmente para os casos em que a doença ainda está na fase aguda. ?Alguns especialistas não gostam de usar esses medicamentos, mas a verdade é que o resultado final é o mesmo, a cortisona só vai acelerar a melhora?, completa. Devido a dificuldade de piscar, também é receitado um colírio para a proteção da córnea.

O paciente também deve realizar alguns exercícios nos locais afetados, uma espécie de fisioterapia para estimular os músculos e os nervos. ?São mais recomendados estímulos naturais, como massagens. Alguns tratamentos com estímulos elétricos podem ter feitos colaterais, como espasmos?, conclui. Na maioria dos casos, depois da recuperação, o paciente não apresenta seqüelas, mas o risco existe.

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