Nossos problemas urbanos

Nossas cidades não são muito antigas, assim como os nossos bairros. Mas temos diversos problemas, e muito complicados, que dificultam, às vezes, diretamente o nosso povo. Esses problemas, em alguns casos, são de difícil solução, apesar da simplicidade, pois estão amarrados com outras questões e dificuldades. Entre outros temos:

Áreas verdes – com o desenvolvimento dos bairros e cidades, as matas – inclusive a Atlântica – são derrubadas para que possam ser construídos loteamentos. Ainda dos loteamentos temos a ocupação predatória das áreas destinadas a jardins e outros equipamentos necessários à população local. Com isso, adeus à renovação do ar e áreas destinadas ao lazer.

Newsletter RD

Infra-estrutura urbana – cada dia mais as pessoas deixam os campos e se alojam nas cidades. Houve uma época em que o campo tinha mais de 80% da população brasileira. Hoje, o índice está quase invertido. Com isso e, ainda, a falta de verba para melhorias, a infra-estrutura dos bairros está ficando muito defasada. Faltam redes de instalações de água, esgoto, energia, telefonia, pavimentação, transporte e outros serviços. Muitos loteamentos são criados irregularmente, sem receber as devidas infra-estruturas adequadas aos ocupantes que crescem dia a dia. Depois de implantados, ficam mais difíceis as instalações, adequações e manutenções.

Equipamentos urbanos – o que são equipamentos urbanos? São nossas escolas, postos de saúde, delegacias, creches e hospitais necessários para atender a população local. Como os loteamentos são, muitas vezes, irregulares, não houve a devida previsão de instalações desses equipamentos. A população fica prejudicada, pois para fazer uso tem que de se deslocar a grandes distâncias. Com isso, deixam de usar e, conseqüentemente, se prejudicam em escolaridade e saúde entre outros problemas.

Comércio – lembro que, quando eu era criança, muitos dos produtos consumidos por nossas famílias eram produzidos em nossos quintais: frangos, verduras, frutas, artesanatos, costura etc. Era tudo fresco e tínhamos sempre à mão. Hoje, ninguém quer ter esse trabalho. Quer receber perto de casa tudo prontinho e fresquinho. Mas o trânsito dificulta o acesso, as fontes produtoras estão cada vez mais distantes. Isso também vale para a infra-estrutura.

Não adianta apenas lembrar os problemas que temos. As nossas comunidades e associações de bairro devem também, além de reivindicar suas necessidades, criar espaços para a educação dos moradores em atividades fins para que todos possam ter acesso ao básico.

Países desenvolvidos hoje plantam hortas em jardins e sobre as lajes, e árvores frutíferas no quintal para terem acesso a alimentos frescos. Vamos procurar nossas lideranças para ver como fazer isso.

* Luiz Sérgio Mendonça Coelho é engenheiro civil e professor das disciplinas Construção Civil e Urbanismo do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes