O publicitário Elidio Moreira, da agência NZ7 Comunicação e Propaganda, em entrevista ao RDtv, detalhou o projeto Plataforma – Preparando Pessoas para o Futuro, coordenado por ele e que visa promover atividades e debates com jovens da região sobre diversos temas, como cidadania e mercado de trabalho. “Tive desejo de trabalhar com os jovens, não para se formarem técnicos, mas sim cidadãos, pessoas mais preparadas e capacitadas para a vida”, diz.
O projeto terá a primeira turma em fevereiro de 2017 e foi inspirado no projeto Next de Curitiba. A iniciativa é comandada por Anderson Bonfim, que também foi entrevistado pelo RDtv. O programa foi desenvolvido pela Missão S1 Santo André. A ação é apoiada por diversos profissionais de diferentes áreas, que juntos assumem o compromisso de preparar jovens, primordialmente entre 14 e 21 anos, através de workshops e cursos, como os de empresariado e empreendedorismo; marketing, mundo digital e relacionamento e finanças pessoais.
Confira trechos da entrevista:
RD: Em Santo André, no Hotel Mercury, aconteceu o lançamento do projeto Plataforma, iniciativa que tem a ver com a comunidade jovem. Como vai funcionar o projeto?
Elidio: A abrangência passa os muros de Santo André; é da cidade, mas está aberto para as outras cidades da região, e não acontece só no ABC. Existem iniciativas nessa linha com o mesmo conceito acontecendo e que são parceiros nossos nessa proposta.
RD: Curitiba é o gancho para apresentar Anderson Bonfim, está nas mãos dele a liderança do projeto Next na capital Paranaense. O Next inspirou o Plataforma?
Anderson: É um projeto que começou há mais ou menos um ano. Se chama Next e tem a ideia de significar o próximo. Um dos principais objetivos é trabalhar com a ideia de conectividade. Eu percebi que tem uma ideia considerável de trabalhar o novo e o próximo. Trabalhar a nova geração e a próxima geração. A ideia do próximo está relacionada ao que nós estamos fazendo agora. Isso traria sobre nós um nível muito maior de responsabilidade. Nasceu justamente da proximidade e necessidade que temos com a próxima geração e que depende dessa relação, desse legado de passar uma herança em relação ao futuro.
RD: Como você descobriu o Next?
Elidio: Conheço o Anderson há cinco anos e também andamos juntos com propostas e projetos. A ideia surgiu de um bate papo que tivemos há cinco meses e mesmo sem conversar a respeito vimos na região a necessidade de trabalhar com o jovem. Ele está precisando de alguma coisa que o fizesse pensar no próximo. Porque se ele olha só pra situação que vive ele tem dificuldades de fazer algo de bom pro futuro. Tive desejo de trabalhar com os jovens, não para se formarem técnicos, mas sim cidadãos, pessoas mais preparadas e capacitadas para a vida
RD: Quando você pensa num projeto para um público desse, automaticamente lembra de como era nessa idade…
Elidio: Eu lembro quando eu tinha 14, 15 anos; eu traçava um plano pra minha vida até os 30, o que eu queria ser. Algumas coisas aconteceram, mas a grande maioria não. Eu não sei se é porque eu mesmo não consegui fazer acontecer ou se todo meu entorno não deixou. Mas é bem isso mesmo, como pensa o jovem hoje. Ele está preparado, ele entende que tem potencial, entende que ele pode fazer muito mais do que os pais ou amigos fizeram. Quer dizer, se ele tiver como referência só a casa dele, ele vai parar logo porque as dificuldades estão colocadas. Não vamos trabalhar com a questão da periferia e tal, o jovem pode morar tanto no bairro Jardim como pode morar no Jardim Santo André, porque jovem é jovem em qualquer situação. O jovem tem o receio do amanhã, de se projetar em qualquer local, qualquer nível.
RD: Mas o mundo hoje é outro…
Elidio: Temos um mundo muito mais conectado do ponto de vista da informação, mas nos gera muito mais insegurança. O jovem de hoje é muito mais inseguro do que nós fomos. Você fez SENAI, hoje nós temos jovens fazendo, mas quantos você conhece? Eu não conheço nenhum e na época era super comum, meu irmão mais velho fez SENAI. Mas o SENAI era formação profissional, te colocava dentro de uma empresa, mas não te ensinava a ser o que a sociedade exige de você, que é ser empreendedor da sua vida.
RD: Teve outro projeto de inspiração ao Next? Como este projeto nasceu?
Anderson: Trabalho com despertamento vocacional há alguns anos, minha esposa é psicóloga e acho que essa inspiração principal foi com uma geração toda, com minhas filhas que estão vivendo esse momento. Então eu vejo que existe muitas pessoas que estão em evidência hoje na mídia, nos meios de comunicação, mas estar em evidência não significa ser referência, e ser referência é trazer essa noção de visão de mundo, futuro, perspectivas. Nossa ideia é ocupar espaço e ser referência, ter um papel diretivo e empoderador, gerar oportunidades, ambientes que despertem oportunidade, pensamentos.
RD: Por que não é Next aqui? Por que é Plataforma?
Elidio: Apesar do jovem ser jovem em qualquer lugar, vemos Curitiba diferente de como vemos o ABC. E o Plataforma, desenhamos no conceito Next mas vemos que o Plataforma é para os jovens em um primeiro momento mas ele vai ampliar para outras faixas etárias. Então dentro das estruturas do Plataforma nós temos desde executivos de grandes empresas nós vamos pensar pelo pessoal da área social, da sociologia, temos pessoas da área da arte, cultura. O jovem vai ter esse projeto, mas a proposta é continuar, estar com ele. Hoje é a apresentação, o que é o conceito, qual os objetivos, visão, etc..
RD: Já tem a estratégia de ação?
Elidio: Vamos começar a primeira turma em fevereiro, vamos conversar um pouco sobre resultados, mas a ideia é começar em fevereiro e trabalhar por seis meses. O primeiro semestre pra entender a dinâmica toda.
RD: Na prática, como será a rotina do jovem quando ele entrar no projeto?
Elidio: Ele vai ter uma assessoria um espaço de diálogos de temas já determinados, um espaço pra troca de ideias. A proposta é fazer dois dias da semana, mas vamos ter muito material e conteúdo na rede, uma forma de discutir o tema proposto pra ele. Vamos dar elementos pra ele entrar no tema e quando estiver presencial vamos debater como ele solucionaria isso, as informações que recebeu, e aos sábados as oficinas de criatividade, espaço de dança, etc.. sempre aos sábados.
RD: Quantas pessoas têm na turma que está terminando agora?
Anderson: Estamos com uma média de 20. A primeira turma foi parceria com instituição, e os outros adolescentes foram a princípio indicados próximos a rede de relacionamento. Pra próxima turma, a proposta é começarmos a trabalhar com alguns colégios, escolas e tentar trabalhar com recrutamento dentro do universo. Nossa turma em Curitiba pega uma faixa etária um pouco mais jovem, mais ampla. O que estamos conseguindo fazer é ampliar e dar uma abrangência maior.
Elísio: Vamos começar a turma com no mínimo 16 jovens, e quando a demanda for maior vamos aumentar este número. Já começamos o contato com duas entidades que já trabalham com jovens nesta faixa etária para canalizar a turma e fazer a seleção deles, temos uma convicção que se eu abro isso hoje, 16 não é nada. Então tá sendo muito mais no sentido de garimpar para poder estruturar e por isso da apresentação hoje, estruturar os jovens para ter este número tirado de uma gama de pessoas que já estão dentro de um círculo de relacionamento da própria equipe que está trabalhando.