“Em relação ao editorial “Referência regional”, publicado no Repórter Diário desta sexta-feira, 18 de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que realiza investimentos e medidas contínuos no ABC, além de manter quatro serviços de referência para a região: os hospitais estaduais de Diadema e o Mário Covas, em Santo André, além dos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André e Mauá. Juntos, totalizam R$ 315 milhões para custeio, neste ano.
Nos últimos anos, a pasta investiu R$ 14 milhões somente no no Mário Covas, destinados à reforma e ampliação do setor de urgência e emergência, implantação de 14 novos leitos de UTI, readequação do heliponto, modernização da central de material esterilizado, substituição do parque tecnológico da unidade e ampliação da farmácia de alto custo – que saltou de 196m² para 466 m², passando de 250 para 450 assentos.
Além disso, o Governo de São Paulo também investiu mais de R$ 70 milhões em outros serviços de saúde do ABC como, por exemplo, os recursos destinados à readequação e aquisição de equipamentos para o Hospital Estadual de Serraria, em 2013, além da reforma e ampliação do Hospital Municipal Márcia Braido, de São Caetano do Sul, também concluída em 2013. O valor contabiliza, ainda, a verba destinada à obras que estão em execução, como a construção do novo Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo, sob gestão do município desde 2010; a construção do Hospital Municipal de Ribeirão Pires, em execução desde 2007; e a reforma e ampliação do Hospital Radamés Nardini, cuja responsabilidade é do município de Mauá.
Outros exemplos de investimento são o convênio de R$ 5,9 milhões, destinados à Prefeitura de Diadema para construção de unidade da rede Lucy Montoro, cujas obras estão sob responsabilidade do município. Além disso, estão em andamento projetos para implantação de outra unidade da Lucy e de um AME do Idoso em Santo André.
A pasta não recebeu solicitações oficiais para estadualização de serviços de saúde sob gestão municipal.
É importante deixar claro que o aumento da demanda nos serviços públicos de saúde, consequente da crise financeira e da migração de usuários do sistema privado para o SUS, não se restringe ao cenário do ABC, mas afeta SP e o país, de modo geral.
A ampliação e oferta de serviços de saúde não é uma prerrogativa estadual, cabendo também aos municípios e, principalmente, ao governo federal, responsável pelo aumento do teto SUS e credenciamento de novos serviços.”
Editorial da edição de 18/11/2016
Referência Regional
O Hospital Estadual Mário Covas, um dos principais equipamentos públicos de saúde da região metropolitana, completa 15 anos nesta sexta-feira (18) com o desafio de se manter como referência de saúde no ABC. Idealizado originalmente como Hospital de Clínicas de Santo André, demorou 25 anos para começar a funcionar – período que compreendeu o início das obras, em 1976, e o ano de 2001, com a inauguração da primeira fase do equipamento.
Uma década e meia depois do início do funcionamento do Mário Covas, a região ainda carece de mais unidades de saúde para dar conta da demanda das sete cidades. O diagnóstico de especialistas do setor, incluindo a própria direção do Mário Covas, é de que pelo menos mais um hospital de mesmo porte deveria ser instalado no ABC.
Vai nesta linha uma das propostas do prefeito eleito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), de estadualizar o Hospital de Clínicas da cidade. Proposta semelhante chegou a ser aventada em Mauá, com o Radamés Nardini. Essas ideias, no entanto, esbarram na questão orçamentária, um empecilho decisivo em tempos de crise.
Enquanto a construção ou estadualização de hospitais não saem do papel, cabe ao governo do Estado ao menos promover investimentos que ajudem a aliviar a demanda crescente por atendimentos no Mário Covas. Melhorar a distribuição dos remédios de alto custo e ampliar o espaço físico do equipamento devem estar na lista de prioridades do Palácio dos Bandeirantes para a região no setor de Saúde.