Mãos de tesoura

Um dos partidos que obtiveram melhor desempenho nas últimas eleições municipais, o PSDB produziu candidatos com discursos que tiveram diversas semelhanças. Expressões como “choque de gestão”, “enxugamento da máquina pública”, “transparência” e “eficiência” foram repetidas à exaustão pelos postulantes tucanos, puxados por João Doria, quase como um mantra.

Passada a eleição, a expectativa agora é saber como os candidatos eleitos do PSDB cumprirão essa agenda na prática a partir de janeiro de 2017. No ABC, em especial duas cidades estão no radar: Santo André e São Bernardo, que têm os maiores orçamentos da região – a soma chega a R$ 8,4 bilhões.

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Corte de carros oficiais, eliminação de secretarias e redução de desperdício são apenas algumas das medidas que Orlando Morando e Paulo Serra prometem adotar já nos primeiros dias de gestão. São pacotes de arrocho que dependem, em parte, da aprovação das Câmaras de cada cidade.

Redução de custos é essencial em tempos de crise, mas está longe de ser a única solução. Os novos prefeitos de Santo André e São Bernardo, assim como os outros gestores da região, devem também ter como foco o desenvolvimento econômico das cidades, que gera recursos e arrecadação.

Somente cortes não são suficientes para equilibrar as finanças municipais, por mais profundos que esses cortes sejam. Os efeitos do tal “choque de gestão” serão efêmeros caso as prefeituras não adotem medidas mais amplas que garantam aumento de receitas – que não podem, no entanto, ocorrer por meio de elevação de impostos.

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